As três principais pesquisas do IBGE sobre atividades econômicas em março mostram que em Santa Catarina a economia segue em alta na maioria dos setores, a exemplo do que ocorre no Brasil. Isso em parte, colabora para manter os núcleos da inflação altos, o que justifica a taxa Selic mais alta também, como explicou o presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, sexta-feira.

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Em SC, volume de serviços cresceu 5,9% em março frente a fevereiro, na série com ajuste sazonal. Nos últimos 12 meses, o setor teve alta acumulada de 6,9%. Todas atividades de serviços cresceram frente a março do ano passado, com destaque para o grupo de Outros serviços (20%) e transportes (16,4%).

O comércio também foi bem em SC. As vendas do varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, cresceu em volume 2,4% frente ao mês anterior, revertendo recuo de -1,1% no mês anterior. Os setores que chamaram atenção foram veículos e peças, com alta de 20% e materiais de escritório, 27%, apesar dos juros altos.

A produção industrial do Estado caiu -1,4% em março frente a fevereiro, e nos últimos 12 meses teve queda acumulada de 3,7%. Os setores que mais retraíram em março frente ao mesmo mês de 2022 foram minerais não-metálicos (-16,8%), produtos de madeira (- 15,6%) móveis (-12,5%) e alimentos (-4,4%).

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No Brasil, as atividades todas tiveram alta em março, segundo apuração do IBGE. Tanto a realidade de SC quanto do Brasil, com alta na economia, geram persistência da inflação, que está na mira do Banco Central desde março de 2021, quando iniciou o ciclo de alta da taxa básica Selic, que estava em 2% ao ano.  

Em reunião de dirigentes de bancos centrais de diversos países, realizada sexta-feira em São Paulo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em teleconferência porque está tratando de labirintite, explicou porque a autoridade monetária do país segue com a Selic em 13,75% ao ano.

Segundo o portal do Valor Econômico, Campos Neto explicou que em função da Covid-19 e da guerra na Ucrânia, a inflação está mais persistente no mundo. Segundo ele, núcleos da inflação como emprego e serviços seguem altos no Brasil e no mundo. Ele voltou a defender a meta da inflação como mecanismo para o controle da alta de preços.

Campos Neto chamou a atenção para um indicador: o crescimento do crédito. Numa comparação, ele disse que com Selic em 13,75% e uma alta de crédito de 13,5%, o Brasil conseguiu reduzir a demanda por crédito para 7,6%. Já nos EUA, com alta da taxa básica de 5%, foi possível zerar o crescimento do crédito. Isso indica o quanto a economia brasileira é resiliente.

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Por isso, a expectativa do mercado é de que o início do ciclo de baixa da Selic vai começar somente no segundo semestre, apesar da pressa e da pressão do governo federal.

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