Reconhecida como uma das melhores maçãs do mundo e responsável por ditar preço no mercado brasileiro, a Maçã Fuji da Região de São Joaquim, da Serra de Santa Catarina, recebeu nesta terça-feira o selo de Indicação Geográfica (IG) concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A certificação foi na categoria Denominação de Origem (DO) e vale para uma área de 4.928 quilômetros quadrados, nos municípios mais altos do Estado: São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Urupema, Urubici e Painel.
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Considerada “a maçã perfeita” por suas características, a Fuji de São Joaquim e Região se destaca pela cor vermelha, formato grande, sabor e doçura. A pesquisadora da Epagri, Mariuccia Schlichting de Martin, explica que essa região fica acima de 1.100 metros de altitude, o que permite mais ocorrência de 700 horas com temperaturas abaixo de 7,2ºC no inverno.
De acordo com a pesquisadora, maçãs Fuji em temperaturas mais baixas nas semanas que antecedem a colheita têm mais chances de apresentar “pingo de mel”, uma mudança fisiológica que deixa o fruto mais doce. Quem não conhece, fica em dúvida ou pensa que é um defeito da fruta, quando, na verdade, é doçura a mais.

Esse reconhecimento das características únicas da fruta foi obtido por meio de uma ação conjunta da Epagri, Sebrae-SC, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Cidasc. A solicitação do selo foi feita pela Associação de Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amap).
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– A IG da Maçã Fuji da Região de São Joaquim vem coroar um trabalho histórico da Epagri, que colocou Santa Catarina na posição de maior produtor da fruta no país – afirma a presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, ao destacar que a empresa pesquisa pomicultura desde 1970.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural, Altair Silva, essa indicação geográfica é o reconhecimento da adoção de métodos de produção diferenciados, culturas distintas do Brasil e do mundo, que resulta em fruta com características únicas, de alta qualidade.
Segundo o gerente de Desenvolvimento Regional do Sebrae/SC, Paulo Cesar Sabbatini Rocha, essa IG da maçã Fuji faz parte de nova estratégia de desenvolvimento territorial desenvolvida pelo Sebrae em Santa Catarina, seguindo a metodologia francesa “Cesta de Bens e Serviços Territoriais”. Esse modelo foi trazido ao Brasil pelo Laboratório de Estudos da Multifuncionalidade Agrícola e do Território (Lemate), da UFSC. O objetivo do método é promover de forma conjunta os ativos de uma região, que não podem ser reproduzidos em outro local.
– Essa é a sexta Indicação Geográfica (IG) de Santa Catarina, e conquistas como essas são de atuação prioritária do Sebrae/SC, que em parceria com outras entidades busca a valorização tanto de territórios quanto dos seus produtos únicos e tradicionais, que mobilizam não só a cadeia produtiva em si, mas podem gerar desenvolvimento e integração a outros elos da cadeia – explica Sabbatini Rocha.
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Segundo ele, foi com essa metodologia que também foram obtidas as indicações geográficas dos Vinhos de Altitude de Santa Catarina e do Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul Brasileiro. SC tem, também, as indicações do INPI para os Vinhos e Espumantes de Uva Goethe dos Vales da Uva Goethe, a Banana da Região de Corupá e o Queijo Artesanal Serrano, no Campos de Cima da Serra. O Sebrae e a Epagri também buscam IG para Ostras de Floripa, Camarão Laguna, Cachaça e Banana de Luiz Alves, Linguiça Blumenau e Alho Roxo do Planalto Catarinense. Esses reconhecimentos permitem agregação de valor a produtos e maior desenvolvimento do turismo regional.
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