A melhora gradativa do poder de compra da população em função do auxílio emergencial vai reduzir a vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva frente a Jair Bolsonaro, mas não o suficiente para o atual presidente vencer o pleito. Essa e a projeção da consultoria internacional Eurásia, destacada pelo diretor da empresa para as Américas, Christopher Garman, em palestra no evento Data Driven Business (DDB), nesta quinta-feira, em São Paulo. Ele também estimou oportunidades à economia brasileira frente ao cenário externo.
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Segundo Christopher Garman, no momento, a possibilidade de Lula vencer a eleição é de 65% e a de Jair Bolsonaro, de 30% a 35%. Nas projeções da Eurásia, gradativamente a diferença entre ambos, que está de 15 a 17 pontos percentuais a favor de Lula, vai cair gradualmente. Em algumas semanas, estará em 11 pontos e, num eventual segundo turno, cairá para 5 a 7 pontos.
Apesar da pouca diferença, na avaliação da consultoria, Bolsonaro não vai ultrapassar porque ainda é grande o número de famílias que não viram ainda melhora na sua condição de renda diante da inflação alta e outros problemas econômicos. Pesquisa recente apontou que 48% das famílias não viram suas condições de renda melhorar.
– Mesmo reconhecendo as incertezas, nossa convicção de que o Lula está caindo, vai ser uma eleição emocionante. Mas a nossa aposta é de que Lula vence – afirmou Christopher Garman.
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Sobre o cenário econômico externo, ele disse que a guerra na Ucrânia vai continuar, o que seguirá pressionando a economia da Europa. Segundo a consultoria, existem dois cenários possíveis para a economia dos Estados Unidos com impactos ao Brasil
Segundo Christopher Garman, se EUA tiver arrocho nos juros, a recessão global será maior, e os preços das comodities cairão no mundo, afetando o Brasil. Se o a alta de juros for leve, o mundo vai pagar bem pelas commodities alimentares e a economia brasileira vai crescer mais.
Além disso, pelas mudanças no cenário global, a empresa vê oportunidades de o país ser fornecedor global para as cadeias de valor, substituindo a Ásia. O país poderá atrair investimentos internacionais porque tem matérias primas e energia disponíveis para ser esse polo produtor.