Após acompanhar os principais eventos da posse do presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, o empresário Luciano Hang, presidente da Havan, retornou ao trabalho animado com as propostas do novo governo e o elevado ritmo de vendas nas lojas da sua empresa.
Confira os principais trechos da entrevista que me concedeu.
Como foi o início do ano de 2019 para o senhor?
Comecei o ano muito feliz, muito otimista, muito entusiasmado. Nós vínhamos num crescimento até outubro e as vendas aumentaram nos meses de novembro e dezembro. Os números que registramos no primeiro dia do ano foram superiores aos do mês de dezembro. Normalmente, temos uma tendência de vendas. Então, janeiro será um mês excelente e o ano de 2019 também. Eu tenho certeza que a Havan terá crescimento de 40% a 50% nas vendas deste ano. Fechamos 2018 com crescimento de 45%.
Como é o perfil do consumidor da Havan?
A Havan tem uma infinidade de itens para todos os gostos. Ela atende clientes de todas as faixas de renda. Dizemos que é uma loja democrática, atende todo mundo. Entre os clientes, temos um pouco da classe A, mas a maioria é B, C e D.
Quantas lojas a empresa vai abrir este ano?
Vamos investir R$ 500 milhões de reais e abrir de 20 a 25 lojas. Queremos inaugurar 10 lojas no primeiro semestre e 10 ou mais no segundo semestre. Estamos correndo o Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina e, depois para todo o Brasil. Nós estamos animados, especialmente os empresários brasileiros que parariam de investir caso a esquerda ganhasse e agora podem iniciar mais projetos porque o país vai crescer.
Na posse do presidente Jair Bolsonaro, o senhor se encontrou com vários ministros. Quais foram as suas impressões?
O presidente escolheu nomes técnicos, pessoas patriotas querendo resgatar o espírito do verde-amarelo, daquele que acredita no país. Não tem como dar errado e também não tinha como dar certo com o pessoal colocado lá pelo PT. Eram guerrilheiros, anarquistas, pessoas que não tinham um propósito de país, mas de um partido político. Agora nós podemos sonhar com uma nação, onde todos os brasileiros, unidos, possam mudar esse país.
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Qual é a sua opinião sobre as propostas do ministro Paulo Guedes para a economia?
Olha, eu estive com ele numa reunião na posse, no dia 1. Eu comentei com ele as dificuldades que um empreendedor tem para investir no país. Eu sempre falo que o Brasil é um país comunista. Alguns dizem que existe a propriedade privada, mas quem decide tudo é o governo que centraliza o poder e faz com que tudo gire em torno dele. Precisamos de um país liberal na economia, onde o Estado interfira o mínimo possível, para que o cidadão possa trabalhar. Estou apoiando as decisões do Guedes. Sobre as privatizações, por mim eu venderia todas as empresas estatais. Político não tem capacidade de tocar empresas. Ele quer cabide de emprego para colocar os seus cupinchas (amigos) para depois trabalhar por eles na próxima eleição. Vendam todas as estatais e deixem as pessoas trabalhar.
Com mais quais ministros falou em Brasília?
Falei com quase todos, o Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, o comandante do Exército Eduardo Villas Bôas e outros. Eu fiquei impressionado com o vice-presidente Hamilton Mourão. Não imaginamos o conhecimento que essas pessoas do Exército têm sobre os problemas brasileiros.
O senhor segue falando muito de política. Sinalizou que poderia disputar um cargo eletivo ano passado mas desistiu. No futuro, pensa em disputar um cargo político?
Olha, nesse momento eu considero isso muito difícil. Eu tenho 56 anos e a Havan cresce num ritmo chinês, dos Tigres Asiáticos. Aliás, ontem (quarta-feira), o General Mourão, no almoço que ofereceu, disse uma frase que me marcou. Abaixo da linha do Equador, no hemisfério Sul, não tem nenhum país protagonista, forte, a exemplo do hemisfério Norte. O Brasil tem que ser esse protagonista, tem que ser a nação mais forte do hemisfério Sul. Temos que planejar, executar, unir o povo brasileiro para que tenhamos uma nação forte.
A Havan já tem sucessor para o seu cargo?
A Havan é uma empresa que tem diretoria, conselho consultivo. Mas como ela cresce muito, precisa de todo mundo para poder correr nessa velocidade. Eu vou continuar na Havan, mas vou continuar sendo um ativista político. Vou defender as mudanças que eu acho necessárias para o Brasil. Vou recomendar a todos os brasileiros que participem da política.
A primeira-dama Michelle Bolsonaro informou que dará atenção a pessoas com necessidades especiais. O senhor, que é disléxico, costuma promover ações para melhorar a qualidade de ensino aos portadores desse distúrbio. Vai sugerir a ela alguma ação para melhorar o ensino aos disléxicos?
Agora dia 7, segunda-feira, vou fazer uma live com uma diretora de colégio e com Ana Paula Silva, uma especialista em dislexia, discalculia, distúrbio de aprendizagem. Acho é preciso trabalhar a base da escola, as dificuldades dos alunos, mais o básico e menos as universidades. Na realidade, os governos de esquerda gostam mais das universidades do que do ensino básico porque é lá que eles doutrinam o marxismo cultural, o gramscismo e lá eles ensinam os professores que vão dar aulas para as crianças e para o segundo grau. O governo federal tem de dar a base para os alunos que é lá no ensino básico, o primeiro grau tem que ensinar bem matemática, tecnologia, português, todas as matérias e parar de ser ideológico. No caso da dislexia, é preciso encontrar forma de ensinar pessoas como eu que aprendem diferente. Ninguém é burro, ninguém é malandro. Agora vou fazer essa live na segunda-feira e posso no futuro levar mais informações sobre dislexia, formas que podem contornar isso.
Numa outra entrevista que me concedeu, Hang contou que teve muita dificuldade para aprender até os 12 anos porque tinha dislexia e seus pais e professores não sabiam – um distúrbio que afeta até 15% da população – e exige uma forma diferente de ensinar as crianças ler, escrever e calcular.
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