Novo sistema de pagamento digital instantâneo do Brasil, o PIX, que entrou em vigor nesta segunda-feira (16), oferece uma série de vantagens, em especial a redução de custos. Por isso, pessoas e empresas devem aderir ao mesmo com rapidez, embora com a atenção necessária. Essa é a opinião de lideranças ouvidas pela coluna sobre o assunto.
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O professor de Finanças Pessoais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Jurandir Sell Macedo, diz só ver vantagens nessa iniciativa do Banco Central (BC), em especial a redução de custos para pessoas e empresas. Ele testou o sistema neste primeiro dia e conseguiu enviar um pagamento de livro ao filho em alguns segundos. Mas aconselha que os cadastros devem ser feitos na instituição onde a pessoa tem conta corrente ou poupança. Isso porque existem links não confiáveis sendo enviados para as pessoas sugerindo cadastramento.
– A hora que todo brasileiro tiver uma conta para receber e fazer pagamentos será uma revolução. Pessoas autônomas poderão ter conta em open banking e, pelo Pix, será possível saber a renda delas e oferecer crédito – prevê Jurandir Sell, ao destacar que a iniciativa do BC evitou o avanço de serviço privado nessa área, como ocorreu na China e em alguns países da África.
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Para a presidente da Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas (Fampesc), Rosi Dedekind, o Pix vai proporcionar um incremento grande às atividades do setor de micro e pequenas empresas em função da rapidez que permite fazer os pagamentos.
– Essa nova modalidade de pagamentos é a cara da micro e pequena empresa porque desonera, dá agilidade nas vendas e retira os intermediários. Hoje, muitas empresas trabalham com cartão de débito e de crédito. O Pix vai facilitar pagamentos sem o uso de cartões – afirma a presidente da Fampesc.
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O setor financeiro é quem terá mais perdas gradativas com a novidade, mas, mesmo assim, está incentivando os clientes a adotar a nova tecnologia rapidamente. É o caso do sistema de cooperativas de crédito Sicoob Central SC/RS. Segundo Dangelo Dalla Rosa, gerente geral da instituição, existe um esforço para que todos os clientes se cadastrarem por uma questão de fidelidade. No primeiro dia de Pix, as operações foram normais no Sicoob, sem problemas técnicos, disse ele.
Dalla Rosa avalia que as transferências pelo Pix vão substituir principalmente Ted, Doc, e pagamentos com cartão de débito, esses que exigem dinheiro na conta para serem efetuados. Conforme o executivo, a expectativa é de que vai cair também o uso de cheque e de cartão de crédito porque o cliente bancário poderá usar mais o limite da conta especial para fazer operações.
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– Nós, do sistema financeiro, teremos mais uma mudança importante no futuro. Hoje, um dos nossos custos altos é transportar dinheiro para abastecer máquinas de autoatendimento, os caixas eletrônicos. Com o Pix, as pessoas poderão solicitar dinheiro nos estabelecimentos onde estão tomando café ou adquirindo outras coisas. Assim, evitarão ir ao caixa eletrônico – explica o gerente geral do Sicoob SC/RS.
Um dos setores com pressa para adotar o Pix é o comércio, mas as pessoas jurídicas precisam conciliar pagamentos, afirma o vice-presidente da CDL de Florianópolis, Lidomar Bison. Segundo ele, esse sistema instantâneo vai gerar um alívio nos custos porque será possível evitar taxas cobradas nas vendas a débito e em transferências.
– A única cautela necessária para as empresas é entender corretamente qual será a proposta dos bancos, porque alguns vão limitar o número de transações dentro de um pacote de serviços tarifados – avalia Bison.
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