As despedidas ao ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), Salomão Ribas Júnior, nesta terça-feira (17), no auditório da Assembleia Legislativa (Alesc), foram com homenagens por parte de políticos, empresários, juristas, familiares e amigos. Eles destacaram a trajetória do catarinense, que exerceu diversos cargos públicos e privados, reconhecendo uma pessoa integra e dedicada a tudo o que fazia, um estadista.
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Salomão Ribas Júnior faleceu domingo (15) à noite, aos 79 anos, em casa, devido a um problema cardíaco inesperado. Nascido em Caçador, no Oeste catarinense, ele começou a estudar aos oito anos e sempre valorizou o aprendizado.
Graduado em Direito na Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, foi professor da Udesc Esag, secretário de estado de Turismo, Cultura e Esporte, de Educação e da Casa Civil, se elegeu deputado estadual por dois mandatos, e, mais tarde, ingressou no TCE, onde atuou por 24 anos e presidiu a instituição duas vezes.
Além disso, foi radialista e comentarista de política na TV, função que exerceu por anos na RBS, hoje NSC. Também se destacou como advogado e escritor, com diversos livros publicados.
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O filho Ricardo Ribas, que sempre esteve próximo do pai por também residir em Florianópolis e ser servidor público, falou em nome da família. Revelou que o pai estava escrevendo dois livros, um deles a biografia do ex-governador Antônio Carlos Konder Reis, do qual foi secretário estadual de Educação e da Casa Civil.
– Santa Catarina perde um dos seus maiores de todos os tempos. E eu perco um conselheiro de todas as horas, meu super-herói, meu amigo, meu pai – disse, emocionado, o filho Ricardo Ribas.
O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo, advogado Rodrigo Valgas, também amigo da família, falou sobre a trajetória de Salomão Ribas, enfatizando sua dedicação às funções públicas, à família e aos amigos. .
– Uma vida tão grandiosa, uma vida de um estadista, porque é disso que se trata hoje. Santa Catarina, na sua história, teve estadistas e Dr. Salomão certamente está nessa categoria – disse Rodrigo Valgas.
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O senador e ex-governador Esperidião Amin afirmou que sempre foi muito próximo e amigo de Salomão Ribas. Destacou que foi o secretário de Cultura, Esporte e Turismo primeiro governo dele, de 1983 a 1987.
– O Salomão Ribas realizava múltiplas atividades. Exercia o jornalismo, escrevia bem, era radialista, era um tribuno com voz imponente, gostava de cultura e de literatura. Vai fazer falta – disse Esperidião Amin.
Para o presidente do Tribunal de Contas (TCE-SC), Herneus de Nadal, Salomão Ribas ensinou a importância da ponderação, da sensatez e também transmitiu de forma presente a retidão de caráter.
– Integrou, pela primeira vez na história do Tribunal de Contas de Santa Catarina tribunais de contas da União Europeia, sendo um símbolo do nosso país em relação às entidades nacionais – enfatizou Herneus de Nadal.
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Ao falar como representante da Assembleia Legislativa (Alesc), o deputado estadual Mário Motta destacou que quando veio a Florianópolis para desempenhar funções na educação e no esporte, nas duas oportunidades, o secretário de Estado era Salomão Ribas. Ele também falou sobre a atuação dele no movimento contra a corrupção, que teve evento na Alesc recentemente.
– É maravilhoso que possamos ter feito esta última homenagem a ele em vida, aqui neste mesmo plenário, em uma sessão em que fui convocado a presidir – disse Mário Motta, se referindo a seção contra corrupção na Alesc, na qual Ribas participou.
A secretária de Turismo de Florianópolis, Zena Becker, leu passagem bíblica durante a missa de despedida a Salomão Ribas. Ela disse que ficou feliz porque era amiga dele e teve o privilégio de trabalhar com ele no governo de Konder Reis. Uma das características dele era o fato de ser muito inteligente, destacou ela.
– Vim trazer meu abraço carinhoso para a família. Quando eu cheguei em Santa Catarina, o Salomão Ribas ainda era comentarista político da RBS TV. Mas ele foi muito importante na implantação da empresa em Santa Catarina porque trouxe o lado institucional do Estado e se tornou um colaborador nosso, dando para a empresa uma cor local, muito identificada com a cultura catarinense. Foi amigo, carismático, uma pessoa sempre com uma palavra positiva, alegre, que deixa um legado para o Estado – comentou o empresário Pedro Sirotsky, acionista da RBS.
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Para o empresário Alaor Tissot, ex-presidente da Federação das Associações Empresariais do Estado (Facisc), o falecimento de Salomão Ribas é uma perda para Santa Catarina pela forma que ele viveu e desenvolveu suas atividades na política.
– Salomão Ribas mostrou que é possível ser sério, ter retidão, cuidar da família e ser amigo de todos. Esse era o jeito dele. Um exemplo disso foi o fato de ele ter participado da campanha contra a corrupção junto com o promotor de Justiça Affonso Ghizzo Neto – destacou Tissot.
O empresário também citou o fato de o ex-presidente do TCE ter sido um defensor rigoroso da qualidade da educação. Sempre dizia que sem educação não tem jeito. Uma preocupação dele era o fato de, hoje, muitas famílias deixarem para a escola educar seus filhos ao invés de fazer isso em casa.
O velório do corpo de Salomão Ribas Júnior foi na Assembleia Legislativa durante a manhã de terça-feira. O caixão foi coberto com a bandeira da Academia Catarinense de Letras (ACL). Encerrou com missa e, depois, o sepultamento foi no Cemitério Jardim da Paz. Ele deixou a esposa Carlota, os filhos Ricardo e Marcelo, duas noras e três netos.
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