Santa Catarina se despediu neste sábado (23) de Paulo Konder Bornhausen (94 anos), líder político e empresarial que foi um dos protagonistas, nos últimos 60 anos, da história do Estado. Como político, foi vice-governador, deputado, candidato a governador e a prefeito de Joinville. Na área empresarial, liderou diretoria do Banco do Brasil, atuou no Bradesco, teve cargos públicos nacionais, foi sócio de empresas e advogado.
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As últimas homenagens ao filho mais velho do ex-governador Irineu Bornhausen, também irmão do ex-governador Jorge Konder Bornhausen e do empresário Roberto Bornhausen contaram com presenças de familiares, amigos e políticos no Cemitério Jardim da Paz, em Florianópolis. Além do irmão Jorge, estiveram no velório o governador Jorginho Mello, o prefeito Topázio Neto e o ex-governador Raimundo Colombo. PKB, como também era conhecido, deixou a esposa Ivete, os filhos Ricardo e Patrícia e cinco netos.
Leia a seguir depoimentos sobre lições de Paulo Konder Bornhausen:
Jorge Konder Bornhausen, irmão e ex-governador de SC
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– Meu irmão teve uma presença muito forte nas áreas política, empresarial e na advocacia também. Ele começou em Joinville, advogando. Depois, foi diretor da empresa Máquinas Raimann, em Joinville. Foi deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa. Foi diretor do Banco do Brasil, fundador e presidente da Cobec (Companhia Brasileira de Entrepostos Comerciais), vice-presidente da Atlântica Boavista e do Bradesco Seguros. Teve uma atuação muito importante tanto na área empresarial, quanto política.
Jorginho Mello, governador de SC
– Ele é de uma família que sempre honrou Santa Catarina, exerceu diversas funções públicas. Deixa um legado de muito trabalho e de amor para o Estado, pelo crescimento e desenvolvimento. Eu não tive oportunidade de conviver com ele, mas pelo que eu conheço, sempre foi um homem preocupado com o desenvolvimento de Santa Catarina. Cumpriu sua missão.
Raimundo Colombo, ex-governador de SC
– Paulo Konder Bornhausen representa a melhor tradição política de Santa Catarina. A sua participação foi brilhante, um homem corajoso, bem-posicionado, um amigo das horas mais difíceis. O PKB é um exemplo extraordinário. Eu acho que Santa Catarina deve muito a ele e à sua história.
Paulo Bornhausen, sobrinho, ex-deputado e ex-secretário de Estado
– Na área empresarial, a passagem do meu tio Paulo pela diretoria de Crédito Geral do Banco do Brasil ajudou Santa Catarina a ter mais acesso a recursos, capacidade de investimentos. Diversas empresas catarinenses que hoje são grandes contaram com melhor acesso a crédito do BB. Um dos exemplos é a WEG, da qual ele foi conselheiro depois. Na década de 70 o BB era o grande banco do país, abriu agências nas principais capitais mundiais e ele comandou isso junto com o então ministro Delfin Neto, e o presidente do BB, Nestor Jost. Depois, meu tio atuou em outras instituições, inclusive no banco Inco, que era do meu avô.
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– Na política, ele era um visceral, um udenista lacerdista. Fez toda vida política dele em cima da UDN, era um ponto acima do meu avô e do meu pai. Mais radical do que eles, mas marcou muito a sua época. O auge foi a campanha de Joinville, onde ele acabou não vencendo e isso proporcionou a ele fazer essa carreira nacional. Ele tinha pretensão de chegar ao governo do Estado, mas não deu, aí alcançou outros cargos. Como irmão mais velho, quando meu pai avançou na carreira política ele diminuiu a participação dele para que esse caminho ficasse aberto.
Fernanda Bornhausen Sá, sobrinha e afilhada
– Eu vou falar sobre lições de vida. Meu tio foi um filho maravilhoso. Até a minha avó (Marieta Konder Bornhausen) falecer, com 97 anos, ele saia de Florianópolis duas vezes por semana para almoçar com ela e cuidar dela em Itajaí. Fez a mesma coisa com os netos, cuidou todos como filhos. E também sempre foi super atencioso com a minha tia Ivete (esposa dele) e conosco.
– Mas, mais bonita, foi a relação entre os três irmãos. Ele com 94 anos, o meu tio Roberto com 90 e o meu pai com 86 celebraram em novembro 270 anos de vida (somados juntos). Eles nunca brigaram e se falavam todos os dias. Meu pai, tendo assumido vários cargos políticos e meu tio, também político, mais velho, talvez fosse natural ele aspirar novos cargos. Mas ele sempre foi o maior admirador do meu pai. Os dois na política e nunca discutiram, brigaram, nunca se desentenderam. Essa é uma grande lição.
– Todas as festas dele eram maravilhosas, com a família e com os amigos. Ele era a própria festa. Dizia que era chef amador, mas era chef profissional. Cozinhava muito bem. E achei muito lindo há cerca de 15 dias a decisão dele de celebrar com os amigos a alta que teve do Hospital Baía Sul. Foi a despedida aos amigos. É uma alegria para nós ele ter vivido tão bem e por tanto tempo. E ter tido relação carinhosa e próxima com todos.
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Ninfo König, amigo e empresário
– Lembro da época em que Paulo Konder Bornhausen foi candidato a prefeito em Joinville, em 1960. Eu tinha 19 anos e trabalhei ativamente na campanha dele. Acreditava que seria melhor para o município uma pessoa jovem, mais dinâmica. O outro candidato era o empresário Helmuth Fallgatter. Paulinho atraia grande público nos comícios e, na eleição, liderava a apuração, mas perdeu nas últimas urnas, por uma diferença muito pequena. Se tivesse vencido, tenho certeza que teria promovido uma renovação em Joinville.
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