Os sindicatos de trabalhadores no setor de energia conseguiram impedir a incorporação da Eletrosul à empresa gaúcha CGTEE, nesta sexta-feira (30), durante assembleia de acionistas, em Florianópolis. A Eletrobras e a Eletrosul tentaram na noite de quinta-feira caçar a tutela antecipada que os sindicatos haviam obtido para impedir o negócio, mas a desembargadora federal Vivian Pantaleão Caminha, do TRF da 4ª Região, despachou o agravo interposto pela Eletrobras às 22h de quinta-feira mantendo a decisão do juiz federal Cristiano Estrela da Silva de postergar a fusão.
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O advogado que representa os sindicatos filiados à Intersul, Anselmo da Silva Livramento Machado, diz que a categoria ainda busca informações sobre a transação. Os trabalhadores da Eletrosul aguardaram em vigília, na manhã desta sexta os desdobramentos da assembleia de acionistas que tinha a incorporação na pauta. A Eletrobras comunicou ao mercado hoje que a assembleia foi suspensa.
Como considerou estranha a transação, a Intersul protocolou, meses atrás, representação junto ao Ministério Público Federal que abriu inquérito civil para coletar mais informações sobre a operação de incorporação e está sob análise da Procuradoria. Tanto a Eletrosul quanto a CGTEE são empresas controladas da Eletrobras. Mas os trabalhadores estranharam a decisão de incorporar a Eletrosul, uma gigante de energia, a uma pequena usina térmica do interior do Rio Grande do Sul que enfrenta um prejuízo fiscal de R$ 1,3 bilhão. Acreditam que a fusão é um recurso para creditar essa dívida.