Questões de segurança alimentar e interesses de mercado pesaram na decisão da China de informar que encontrou traços do novo coronavírus em carne importada de Santa Catarina. A grande repercussão nacional e internacional aconteceu porque foi a primeira notícia de que o vírus foi encontrado em carne congelada de frango. Os danos ao mercado brasileiro apareceram logo, como a suspensão das compras do produto brasileiro por parte das Filipinas, informação divulgada pelo colunista da NSC, Anderson Silva.
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As reações de entidades do setor de proteína animal, do governo brasileiro e associações internacionais voltadas à saúde e da comunidade científica foram convergentes na defesa da ciência e do setor produtivo. Até agora, não há provas de que esse vírus pode ser transmitido por alimentos, considerando os devidos cuidados de lavar e cozinhar, quando necessário.
Essa sintonia do setor tem a ver com o conhecimento da complexidade da cadeia produtiva de proteína, considerando a longevidade do processo e rigor nos controles.Para o setor produtivo, a China errou na forma de divulgar porque não soube informar, até agora, se os traços do vírus estavam na embalagem ou no produto.
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Existe um interesse grande em segurança alimentar. O país já suspendeu compras de carnes de sete frigoríficos brasileiros em função de ocorrência de trabalhadores testarem positivo para o novo coronavírus. Fez isso também com sete frigoríficos da Argentina. Isso gera instabilidade no mercado.
Além da questão da saúde, há indícios de que existem também interesses comerciais nessa prática. Isso porque a China ainda enfrenta uma crise sanitária na suinocultura em função de surto de peste suína africana que dizimou sua produção.
Em função disso, o país está importando mais carnes e os preços subiram no mercado mundial. Exportadores catarinenses revelam que há pressão do pais pela redução de preços, especialmente de carne suína.
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