A alta da inflação impacta o setor de refeições coletivas, também conhecido como cozinhas industriais, que busca alternativas para redução de custos. Os preços dos principais alimentos utilizados por essas empresas tiveram aumento médio de 28% nos últimos 12 meses, segundo a Associação Brasileira das empresas de Refeições Coletivas (Aberc). Em SC, essas empresas fazem 750 mil atendimentos por dia.

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De acordo com o diretor do Sindicato das Empresas de Refeições Coletivas e Alimentação Escolar do Paraná e Santa Catarina, José Adão Batisteti, os alimentos representam 55% do valor final das refeições. O trabalho e encargos respondem por 33%.

As alternativas na produção para reduzir custos estão substituir itens mais caros por mais baratos, como os de proteína, que responde por 28% do custo. Nesse caso, a empresa oferece mais carne de ave ou suína ao invés da bovina, ou até reduz um pouco o peso da porção, sem afetar a qualidade final da refeição.

– Os preços dos alimentos têm subido por causas diversas: guerra, aumento dos combustíveis, seca e chuva. O pão, por exemplo, teve aumento de 20% no preço final – afirma Batisteti.

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De acordo com o levantamento da associação com base na inflação oficial, os preços de proteínas, hortifrutis e leite subiram 20% ou mais em 12 meses no país.

Segundo ele, em Santa Catarina, pelas estimativas do sindicato, empresas ligadas à entidade fornecem 250 mil refeições para trabalhadores de indústrias, 450 mil merendas escolares e mais 50 mil para atendimentos em presídios e hospitais.

No Paraná, empresas ligadas à entidade oferecem mais de 550 mil refeições por dia, das quais 250 mil para trabalhadores, 250 mil merendas escolares e 50 mil para hospitais.

Entre os fatos que chamam a atenção na inflação de alimentos estão as discrepâncias em função de problemas climáticos e outros. Após as chuvas em fevereiro, o preço da cenoura aumentou mais de 80% em São Paulo, o que motivou até a criação de memes.

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Em Santa Catarina, a Udesc Esag apurou, por exemplo, em março, alta de quase 47% no preço do tomate, a beterraba subiu 30%, o óleo de soja quase 14% e o leite longa vida, 9,29%. Em 12 meses, os alimentos e bebidas subiram 11%, segundo a instituição.

As expectativas seguem de alta de inflação, mas com algumas tréguas porque choveu nas regiões de seca, em especial no Oeste de SC. Além disso, o preço das carnes de frango e suíno devem seguir sem altas porque as vendas estão em baixa.