A inflação oficial do Brasil subiu 1,62% em março e 11,30% no acumulado dos últimos 12 meses, segundo divulgação do IBGE realizada nesta sexta-feira. Essas variações ficaram acima do esperado pelo mercado e acima da inflação de Florianópolis, calculada pela Udesc/Esag. A guerra seguirá pressionando preços, mas alguns fatos novos vão colaborar para uma inflação menor em abril, especialmente em SC.

Continua depois da publicidade

> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

A taxa de março no país era esperada em 1,35% e, no acumulado, ficou muito acima meta de inflação que é de 3,5% este ano. Os números nacionais superaram a inflação de Florianópolis medida pela Udesc-Esag, que subiu 1,21% em março e 11% no acumulado de 12 meses.

O grupo de transportes foi o que mais pesou, tanto no país quanto em SC. No Brasil, teve alta de 3,02%, principalmente em função do reajuste dos combustíveis. Em Florianópolis, esse grupo subiu mais, 3,63%, com o impacto da alta dos combustíveis e das passagens aéreas (39,8%). No Brasil, as passagens de avião tiveram queda de preço.

O grupo de alimentos e bebidas teve a segunda maior alta do IPCA, de 2,42%. Em SC, também, mas variou menos, 1,53%. As maiores variações em preços de alimentos no país foram nos preços de tomate (27,22%), cenoura (31,47%), leite longa vida (9,34%) e óleo de soja (8,99%). Em SC, as altas maiores foram nos preços do tomate (46,9%), beterraba (29,7%), mamão (15,2%), óleo de soja (13,8%), batata (13,2%), leite longa vida (9,3%), manteiga (8,7%) e cebola de cabeça (6,8%).

Continua depois da publicidade

No caso de vestuário, a média nacional foi alta de 1,82% enquanto em SC teve queda de -0,59%, com influência do mercado local, que é altamente produtor de confecções. Embora a inflação de SC tenha ficado menor que a nacional, o IPCA pesa mais na vida das pessoas porque ele baliza a meta da inflação e os juros no páis. 

Olhando para o futuro, em especial para este mês de abril, temos a continuidade da guerra, que segue pressionando o preço do petróleo e das commodities. Isso desestabiliza mais preços e projeções.

Mas para reduzir a inflação, o Banco Central elevou a taxa de juros básica Selic para 11,75% em março e, em maio, vai elevar mais uma vez para 12,75%. A expectativa da instituição é de que esses juros altos comecem a fazer mais efeitos na queda de preços este mês.

Um movimento novo do governo federal, que vai ajudar a reduzir custos, foi o fim da bandeira Escassez Hídrica a partir do dia 16 de abril. Essa mudança vai reduzir em 20% ou mais a conta de luz.

Continua depois da publicidade

Além disso, tem o fim da seca na Região Sul, o que melhora um pouco a oferta de alimentos. Outro fato que vai ajudar é a estabilidade dos preços das carnes de carnes de frango e suínoporque o mercado não está comprador.

Além disso, tem também em SC mais uma mudança na alíquota do ICMS do leite, que tinha subido para 17% e, está sendo reduzida para 7%, como antes. Esse movimento vai evitar uma pressão nos custos de alimentos.

Apesar desses sinais de menor pressão, os preços seguem caros e a alternativa do consumidor é escolher os itens mais baratos. Outros conselhos do coordenador do ICV, o índice de inflação da Udesc/Esag, Hercílio Fernandes, é fazer compras semanais e durante os dias da semana nos supermercados.