Enquanto o mundo espera inflação de 1% para este ano devido à recessão causada pela pandemia e a expectativa para o Brasil era semelhante, os preções começam a subir acima do esperado em Santa Catarina e também no país. O Índice de Custo de Vida de Florianópolis, apurado pela Esag/Udesc, que mede a inflação do município, fechou em agosto com alta de 0,69% frente ao mês anterior o que levou a inflação acumulada do ano para 2,24%. No Brasil, a inflação também pressiona mais. Há um mês, o Boletim Focus previa 1,63% no ano. Nesta segunda, elevou a estimativa para 1,77% no ano.

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Em Florianópolis, o tamanho da alta surpreende, mas as causas principais não. A Esag apurou que os vilões foram os aumentos da energia, combustíveis, passagens aéreas e alimentos. O grupo habitação subiu 1,51% com impacto da alta de energia superior a 8%. O grupo Transporte subiu 1,16% pressionado pelos combustíveis em 2,83% e passagens aéreas 10,89%.

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Os alimentos, que têm um peso maior no índice (20%), tiveram alta média de 0,37%. Os maiores aumentos ocorreram nos preços do tomate (22,7%), mamão (12,8%), óleo de soja (11,3%), arroz branco (9,6%) e maçã (5,4%). Entre os alimentos que ficaram mais baratos estão a cebola (-22,7%), batata inglesa (-10,2%) e beterraba (-9,6%). As carnes, que pesam muito na conta da alimentação, ficaram -1,12% mais baratas e os pescados -0,91%. O preço da alimentação fora de casa ficou estável.

Além da alta acima do esperado em agosto, um fato levantado pelo coordenador do ICV da Esag, Hercílio Fernandes, é o aumento quase geral de preços. Isso significa volta da inflação, embora num ritmo baixo ainda. Tem o lado positivo, que mostra retomada da atividade econômica e uma inflação mais próxima da meta do ano definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é 4%. Mas preocupa o consumidor que está com renda limitada e há tempos sente que os preços nos supermercados estão caros.

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