A Condor, de São Bento do Sul, Santa Catarina, uma das indústrias mais diversificadas do Brasil, celebrou 95 anos nesta segunda-feira (01) com muitas razões para comemorar. São nove décadas e meia com oferta de produtos de qualidade, investimentos, geração de empregos e sustentabilidade. Segundo o presidente da companhia, Alexandre Wiggers, o faturamento alcançou R$ 790 milhões em 2023 e chegará a R$ 1 bilhão em 2025.
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Fundada em 1929 pelo engenheiro mecânico alemão Augusto Emílio Klimmek, a Condor começou fabricando um produto popular, escovas de dentes, mas hoje atua com seis grupo de produtos. Nessa lista estão itens higiene bucal, beleza, pintura imobiliária, pintura artística, limpeza e construção civil. Por isso, a empresa acredita que em quase todos os lares do Brasil é ultilizado algum produto com a marca Condor.
Segundo o presidente, a companhia investe anualmente de R$ 12 milhões a R$ 18 milhões. Na próxima semana, ela vai inaugurar uma fábrica de fio dental em São Bento do Sul. Também acaba de fazer uma ampliação no centro de distribuição sediado no município.
Veja fotos sobre a quase centenária indústria Condor:
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A Condor se tornou referência em sustentabilidade ambiental por reciclar e usar matérias-primas recicladas há mais de 50 anos na produção de vassouras. A companhia também se destaca em investimentos sociais. Saiba mais na entrevista do presidente Alexandre Wiggers, a seguir:
Como a Condor chega aos 95 anos?
– A Condor chega aos 95 anos com muita energia, totalmente jovem. É um desafio para as empresas mais veteranas se manterem jovens. E isso acontece sempre buscando inovação, sempre buscando estar muito atento ao que está acontecendo no mundo.
Nós viajamos o mundo inteiro tanto para olhar a tecnologia de produção, para nos tornarmos e nos mantermos sempre competitivos, assim como para olhar aquilo que está acontecendo em termos de produto, de cores e estampas. E eu falo: girar o mundo mesmo. Desde os Estados Unidos, a Europa, a Ásia é buscando sempre estar extremamente atualizado.
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Então, a gente chega muito forte, com muita energia, e trazendo muitas coisas novas neste ano para o mercado brasileiro. Desde o lançamento de produtos reforçando a nossa parceria com licenciadores grandes, como Disney, como Matel, onde reforçamos e trouxemos alguns personagens novos, assim como fazendo apostas também em marcas como Masterchef e Uno, que não era característica da Condor.
O forte do nosso licenciamento sempre foi muito a linha infantil. E agora temos essas duas novidades para o mercado brasileiro que lançamos na feira da Apas (Associação Paulista de Supermercados), em maio, em São Paulo. A primeira percepção do mercado foi extremamente positiva.
Pode detalhar mais esse novo licendiado?
– Acho que todos conhecem o programa Masterchef, já tem 10 anos de existência. Nós estamos licenciando a marca para colocar em linha de produtos de limpeza para cozinha. Nós temos oito produtos licenciados: um rodinho de pia, uma escova de louça, uma esponja para lavar a louça, panos para limpeza da área de cozinha, uma vassoura e uma escova para lavar legumes.
É um portfólio pequeno, mas com a vontade de trazer uma linha premium. E esse é um mercado que tem crescido bastante no Brasil, essa questão cozinhar em casa, em linha mais gourmetizada.
Quanto a Condor faturou no ano passado e quando chegará a R$ 1 bilhão de faturamento?
Nós faturamos R$ 790 milhões ano passado. E a gente já tem uma projeção de crescimento este ano. Crescemos quase 15% nesse primeiro semestre. Com esses números, e olhando assim, de forma natural, 2025 é o ano de fazer R$ 1 bilhão. Vamos crescer mais um pouco este ano, e o com movimento natural de crescimento orgânico vamos chegar no ano que vem no R$ 1 bi.
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A Condor é uma empresa estável, com um bom desempenho, inclusive na pandemia. O que faz dela ser uma indústria com essa estabilidade no mercado?
– A Condor é bastante resiliente, passou por várias crises no passado, e o que a gente percebe é que nós temos vários negócios diferentes. A gente vai desde uma limpeza doméstica, passa por uma limpeza profissional, que é um negócio que nós adquirimos há 5 anos e que tem se tornado um negócio muito importante para a companhia, e vai até a uma pintura artística escolar. No outro lado, passamos por construção civil, beleza e higiene oral.
Então, essa diversidade de negócio é uma fortaleza hoje para a Condor, porque quando um está performando um pouquinho pior o outro está bem, e vão se complementando.
E o fato de ter sempre entregado produtos de altíssima qualidade, de ter isso como regra, faz também com que a Condor, às vezes, seja a preferida no mercado diante de uma queda de consumo. Então, a Condor tem esses fatores que são extremamente fortes e que nós entendemos que são eles que fazem essa resiliência.
Nós sabemos que o nosso país tem crises cíclicas. Então nós temos a alternativa de produtos que, mesmo com uma qualidade alta, se posicionam com um preço mais adequado a esse momento.
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Vou citar o exemplo das escovas de dente, até para não ficar falando dos concorrentes, mas as duas multinacionais praticam preços mais altos. A Condor, por ser brasileira, sabe fazer a leitura do mercado brasileiro como poucas multinacionais conseguem fazer.
Quanto a empresa está investindo e quais são os principais projetos?
– Nós não temos um projeto isoladamente que consuma uma fatia muito grande do investimento. A gente sempre costuma investir nos seis negócios, todos os anos.
A nossa média é investir entre R$ 12 milhões e R$ 18 milhões. Isso é uma média todo ano, que é muito alinhada com aquilo que a gente chama de depreciação, que é o desgaste dos equipamentos.
Este ano, especificamente, além dos produtos que nós estamos lançando, e para fazer produto novo a gente tem, geralmente, moldes, tem máquinas, que estão nesse contexto. Nós também fizemos um investimento importante que foi expandir nosso Centro de Distribuição em nova área em São Bento do Sul.
E nós estamos inaugurando, semana que vem, a nossa fábrica de fio dental em São Bento do Sul. Essa linha era produzida por um parceiro nosso na região de Curitiba. Agora, trouxemos para a praça de São Bento do Sul e já estamos fabricando.
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Quantos empregos novos vocês vão gerar?
– A fábrica de fio dental é pequena. Está começando. A tendência é que cresça, mas a gente gera agora 25 empregos diretos. No CD, são aproximadamente 40 empregos.
Temos, atualmente, 1.700 empregos diretos, dos quais 1.250 ficam em São Bento do Sul, e os demais estão espalhados pelo Brasil, em distribuição, área comercial, merchandising e os repositores que ficam arrumando gôndolas de supermercado.
A Condor é referência no Brasil e até no exterior em sustentabilidade industrial. O que vocês fazem de diferente que colocou empresa nesse patamar?
– Primeiro que a Condor usa muito material reciclado. E os cuidados todos aí com o meio ambiente, uma preocupação clássica, inclusive da família empreendedora. A Condor tem uma fábrica de reciclagem há mais de 50 anos aqui em São Bento do Sul.
O que muita gente hoje está falando que entrou na moda, ESG, usar material reciclável, isso para nós era tão normal que a gente até não tinha se atentado de que era importante divulgar. Nós vamos começar a falar um pouco mais sobre isso.
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Então, cuidamos muito do meio ambiente reciclando os produtos. Tudo que existe aqui que a gente chama de aparas ou de sobras dentro da nossa fábrica segue para nossa fábrica de reciclagem para fazer o reaproveitamento e utilizar na fabricação de produtos, especialmente para fazer vassouras.
Para você ter uma ideia da dimensão, ano passado reciclamos o equivalente a 39 milhões de garrafas PET, aquelas garrafas de refrigerante verde de dois litros, para fazer vassouras. Nós reutilizamos a água da chuva e só compramos energia de fonte limpa. A Condor tem práticas ambientais muito sustentáveis.
A companhia também tem tradição no desenvolvimento de projetos sociais. O que o senhor destaca?
– Nossos projetos sociais também têm tudo a ver com essa sustentabilidade. A família empreendedora sempre cuidou bem dos colaboradores, sempre fez muita ajuda social. A Condor é uma empresa Amiga da Criança, da Abrinq, a Associação das Indústrias de Brinquedo há 25 anos. Fazemos doações de escovas de dente infantis para comunidades carentes.
Nós fazemos produto cor-de-rosa para o Outubro Rosa, numa parceria com a Femama (Federação Brasileira das Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), há 12 anos consecutivos. A gente faz o produto rosa nessa época e parte do resultado da venda vai para a Femama, para ajudar na prevenção ao câncer de mama.
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Também ajudamos associações culturais e esportivas aqui da região como o Musicarium o Balé Bolshoi, em Joinville. A gente usa todos os recursos de leis de incentivo para projetos sociais e culturais.
Colaboradores da Condor cuidam da horta do Hospital e Maternidade Sagrada Família, de São Bento do Sul. Como é esse trabalho?
Esse é um trabalho do nosso grupo de voluntários. São 60 funcionários da Condor que, no contraturno, fazem alguma atividade social. E a horta do hospital é uma delas que a gente sempre gosta de citar porque é um apoio recorrente, que eles fazem nos finais de semana. Além disso, esse grupo também faz outros projetos. Um deles foi pintura em parquinho infantil em parceria com a WEG Tintas.
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