Depois de alcançar expansão acima da média nacional, mais uma vez, em 2019, a indústria catarinense projeta seguir crescendo em 2020, mas com impulso principal do mercado interno porque o mercado externo está menos comprador.
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Este cenário foi destacado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, em entrevista sobre balanço do ano e perspectivas para o ano que vem, na tarde desta terça-feira, em Florianópolis.
Entre os números que mostram a pujança maior de SC neste ano, o industrial citou a atividade econômica regional (IBCR) calculada pelo Banco Central, que avançou 2,8% de janeiro a outubro no Estado enquanto no Brasil cresceu 0,95%; a produção industrial que avançou 2,6% frente a -1,1% na média nacional; e a liderança na abertura de empregos na indústria, em que SC somou 36.557 até outubro, quase 25% das 148.114 vagas abertas pelo setor no país, no mesmo período.
Para Aguiar, entre as razões do melhor desempenho econômico catarinense frente ao Brasil estão o setor industrial forte e empresas familiares. A indústria catarinense responde por quase 28% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e gera 34% dos empregos diretos, média também acima da nacional que representa 21,6% do PIB do país e 20,3% dos empregos diretos. Aguiar também enfatizou que a média salarial da indústria catarinense é a segunda melhor no Estado, atrás apenas do setor financeiro.
Os investimentos do setor também geraram impacto positivo e vão continuar no próximo ano. A pesquisa sobre intenção de investimentos das indústrias estaduais fechou em 66,9 pontos em novembro e acima de 50 pontos indica confiança para implantação de novos projetos.
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Entre os grandes investimentos realizados este ano no Estado Aguiar citou o da Coopercentral Aurora, que dobrou a capacidade de abate de suínos em Chapecó e implantou outros projetos com investimentos de R$ 568 milhões.
— O cenário externo é desafiador por várias razões, principalmente pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, alguns parceiros comerciais importantes do Brasil como a Argentina, com uma crise muito profunda, e o Chile com os efeitos da última greve. Eles vão impactar o desempenho da indústria catarinense. Mas pelo índice de confiança e pela curva de crescimento histórico, sabemos que a economia catarinense vai crescer e, seguramente, vai crescer mais do que a média nacional no próximo ano — afirmou Aguiar.
Sobre as discussões em torno dos incentivos fiscais na Assembleia Legislativa, o presidente da Fiesc avaliou que o setor foi atendido e está confiante de que a redução de alíquota de 17% para 12% à indústria será aprovado.
Para ele, os incentivos são importantes no Estado para compensar as perdas enfrentadas devido à infraestrutura insuficiente. Ele lembrou última pesquisa da entidade, segundo a qual, o custo logístico no Estado é de 14 centavos por real faturado enquanto nos Estados Unidos é 8 centavos por real faturado.
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