A quinta geração das redes móveis está chegando, enfim, ao mercado brasileiro, com o a realização do leilão da tecnologia pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) nesta quinta e sexta-feira. O prazo de implantação previsto é julho do ano que vem, mas em algumas capitais, incluindo Florianópolis, chegará antes. A expectativa é de que o uso maior, inicialmente, seja para automação industrial, mas chegará cedo, possivelmente até o Natal, também para a telefonia celular, que exige aparelho específico e mais caro.
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Como não vieram novas companhias internacionais para disputar esse mercado, a Anatel incluiu empresas regionais de internet com alto padrão de serviços, para aumentar a concorrência. Uma delas é a catarinense Unifique, de Timbó, que já atua em quase todo o Estado com fibra ótica e se comprometeu em levar 5G e 4G para 247 municípios de Santa Catarina e 423 do Rio Grande do Sul até 2029, com frequência de 3,5 GHz (Gigahertz).
Como essa quinta geração de rede móvel é até 100 vezes mais rápida que a anterior, existe uma convicção de que vai revolucionar a economia e a vida das pessoas. Chineses, europeus e americanos já experimentam a novidade desde 2019. Se fala muito que no futuro ela permitirá mobilidade em carros autônomos e a realização de cirurgias à distância, mas, por enquanto, é destaque para a internet das coisas, a chamada indústria 4.0.
O teste piloto robusto para uso industrial da tecnologia no Brasil foi realizado no primeiro semestre deste ano, em unidade da WEG, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Ele confirmou os resultados esperados. A tecnologia permitiu conectar diversos dispositivos ao mesmo tempo em fábrica totalmente automatizada, com robôs. Foram usadas duas linhas 5G ao mesmo tempo, com segurança, estabilidade e menor latência, ou seja, menor tempo de transferência de dados. O teste mostrou que indústrias brasileiras têm potencial de uso do 5G com eficiência e, também, podem desenvolver tecnologias ao setor.
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Além das empresas, a expectativa é de que o 5G chegue logo para as pessoas. Empresas que instalam internet banda larga em residências já colocam aparelho que comporta a nova tecnologia.
Para usar no smartphone é preciso ter um aparelho que comporta 5G. Eles já estão disponíveis no mercado, os preços caíram, mas não tanto. Os mais baratos custam cerca de R$ 1.800 reais. A expectativa é de que os planos mensais de serviços de banda larga também fiquem um pouco mais caros, pelo menos no início.
O serviço será oferecido principalmente pelas maiores operadoras de telefonia móvel: Claro, TIM e Vivo. Mas a expectativa é de que a concorrência das empresas regionais logo ajude a pressionar preços para baixo. A telefonia móvel brasileira é um bom exemplo de que a concorrência favorece o consumidor. A internet ultrarrápida do 5G vai garantir a continuidade dessa tendência de mercado.