Santa Catarina fechou 2021 com o recorde de R$ 25 bilhões em valores de negócios com fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês). A cifra foi 6,6 vezes maior do que os cerca R$ 3,3 bilhões de 2020, segundo dados da Transactional Track Record (TTR). O número de transações passou de 46 em 2020 para 98 no ano passado, o que representa acréscimo de 113%, apurou a empresa KPMG. São decisões que exigem muitas análises e desafios dos sócios de empresas e, também, resultam em impactos positivos ou negativos nas economias das cidades envolvidas e do Estado.
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Dessa vez, o montante de recursos envolvidos – dinheiro, troca de ações e outros ativos – foi muito acima da média porque o controle de grandes empresas do Estado trocou de mãos. O maior valor foi da Cia. Hering, vendida para o Grupo Soma por R$ 5,1 bilhões. A RD Station, do setor de tecnologia, foi adquirida pela Totvs por R$ 2 bilhões. Quase pelo mesmo preço, R$ 1,8 bilhão, a Neoway, outra empresa de TI, foi adquirida pela B3, a bolsa brasileira.
Além disso, grandes grupos catarinenses do agronegócio, metalmecânica e outros fizeram aquisições. E mais uma série de empresas médias e pequenas, em especial do setor de tecnologia também passaram pelo processo de M&A e ganharam novos donos.
Para o executivo João Caetano Magalhães, diretor da Redirection International, empresa especializada em fusões e aquisições, esse aumento de negócios reflete o bom momento da economia. Na Região Sul, foram 297 transações que movimentaram R$ 69 bilhões, com a liderança de SC em valores.
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Em um mercado em constante transformação, cada acionista decide o que é melhor para o seu negócio, a sua geração de riqueza. Na maioria das vezes, a fusão ou aquisição é positiva para os sócios e tem mantido atividade na economia local, mesmo quando o poder decisório sai do Estado.
Isso porque muitos negócios, depois de trocar de mãos, têm continuidade e crescem, aproveitando o potencial local. SC conta com exemplos disso no agro, tecnologia, têxtil, metalmecânica, saúde e outros.
Mas um pequeno número nem sempre evolui favoravelmente à economia local, que sedia a empresa. Há uma redução ou fechamento de fábricas e de empregos, que causa perdas locais e estaduais.
Contudo, a economia de livre mercado caminha assim no Brasil e no mundo, com poucos limites. Isso exige que, tanto empresários, quanto trabalhadores e governos estejam preparados para o desafio de mudar sempre. A qualificação de pessoas e gestão eficiente de empresas e governos, com análise de dados, é o caminho mais seguro para enfrentar as surpresas das fusões e aquisições.
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