A IBM aposta alto na “cloud”, tecnologias construídas em nuvem, durante sua expansão no Brasil. A “Big Blue” – como é conhecida a gigante americana – passou a oferecer serviços sob demanda que incluem até um limite inicial de gratuidade para pequenas empresas usarem soluções do robô Watson Assistant. E empresas catarinenses, como a WEG e a BRF, já viraram cases de adaptação à nuvem.
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A movimentação da IBM é resultado, claro, dos duros meses de pandemia, que viraram pelo avesso as empresas, especialmente no uso de tecnologias, que avançam com o impulso da computação em nuvem (cloud computing). Para dar ideia do impacto da Covid-19 no mercado, a multinacional cita pesquisa que seu instituto fez em novembro, segundo a qual 64% dos consumidores pretendem fazer compras por e-commerce para o Natal. Em 2019, a mesma sondagem apurou que apenas 20% planejavam compra virtual para a data.
De acordo com o diretor técnico de Computação em Nuvem e Cognitiva da IBM, Wagner Arnaut, três soluções tecnológicas foram as mais solicitadas para a empresa durante a pandemia: digitalização de processos; serviços híbridos, que incluem solução de tecnologia própria e nuvem ao mesmo tempo; e uso de inteligência artificial. Todas essas soluções requerem uso de computação em nuvem.
– A nuvem, a cloud, é a plataforma, é a fundação para essa transformação digital. Essas várias tecnologias de inovação, como inteligência artificial, internet das coisas, digitalizações de processos rodam em nuvem – explica o executivo
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Segundo Arnaut, nos primeiros quatro a cinco meses da pandemia, a maioria das empresas procurou sobreviver. Depois, elas passaram buscar soluções para otimizar tecnologias visando o futuro e, com isso, a digitalização vem ganhando força.
Entre as empresas que optaram pela solução híbrida por já terem uma estrutura de tecnologia própria robusta está a catarinense WEG. As soluções em nuvem para isso incluem inteligência artificial, internet das coisas (IoT) e blockchain. A gigante de alimentos BRF iniciou há mais tempo a migração para nuvem, onde já tem mais de 70% dos serviços críticos no sistema da IBM.
No caso da inteligência artificial, as experiências envolvem a maioria dos setores, com soluções voltadas a empresas, governos e consumidor final. Uma ação desse processo inteligência artificial em saúde usando o robô Watson da IBM é o serviço DoktorLive, da prefeitura de Blumenau, para acompanhamento de doentes com Covid-19. Criado pelas startups locais Ezok e Lector, o sistema usa a inteligência artificial para oferecer respostas rápidas aos pacientes.
– Ainda temos uma grande jornada pela frente. Se a gente for considerar alguns estudos, mais ou menos 75%, 80% das aplicações críticas das empresas ainda não estão rodando na nuvem – observa Arnaut.
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As soluções com inteligência de robôs não são apenas para grandes companhias. No caso da IBM, o foco são todas interessadas em digitalização, incluindo desde micro e pequenas empresas até as maiores. Por isso, nos contratos com o Watson Assistant, as primeiras 10 mil mensagens por mês são gratuitas. É uma quantidade suficiente para atender um pequeno varejista, por exemplo. Como a cobrança é sob demanda, para consumo acima disso a mensalidade começa a partir de US$ 120,00 e, para empresas maiores, o valor desembolsado tem base no total de mensagens usadas.
Confiante de que a cloud computing será cada vez mais necessária para empresas, a IBM investiu em moderna infraestrutura em São Paulo, que denominou “multizone region” – com inauguração prevista para o ano que vem. Vale lembrar: um dos diferenciais da companhia está a segurança: conforme Arnaut, a senha de acesso aos serviços utilizados é definida pelo cliente e só ele tem.