Em sua fala mais técnica, no Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro foi direto ou usou entrelinhas para antecipar o que fará na área econômica. Sobre as reformas, afirmou que serão realizadas, mas de forma genérica, sem detalhes e sem apontar a da Previdência como prioridade. Nas entrelinhas, mostrou que vai buscar aproximação com o parlamento para aprovar medidas sem o toma lá dá cá das últimas décadas. Quanto ao impacto esperado, sinalizou otimismo. Segundo ele, serão feitas reformas estruturantes, que serão essenciais para a saúde financeira e a sustentabilidade das contas públicas, transformando o cenário econômico e abrindo novas oportunidades. 

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Bolsonaro também disse que todos os setores produtivos terão aumento de eficiência, com menos regulamentação e burocracia. Essas são medidas desejáveis porque o Brasil continua entre os piores países do mundo para se fazer negócios. Segundo o ranking global Doing Business, o país ficou na 109ª posição este ano. O presidente falou sobre a importância da agropecuária para a economia e a preservação do meio ambiente. É claro que neste setor, pelas suas características, o Brasil seguirá como um dos protagonistas mundiais. Mas faltou no discurso um olhar mais atento ao futuro, com disposição para investir mais em inovação e tecnologia para geração de emprego e renda.

É fundamental que a reforma da Previdência, a mais difícil, receba as atenções no início do governo e seja aprovada com rapidez. Do contrário, o esperado ciclo econômico virtuoso com a retomada de investimentos pode não ocorrer e o país pode voltar à recessão num futuro não muito distante. Vale lembrar que as contas do setor público estão quebradas. Isso ficou mais claro nos Estados. Boa parte dos governadores que assumiram falaram em medidas para conter despesas e resolver problemas de déficit nas contas.

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Usando uma linguagem mais adequada à maior parte do “time” do novo governo, a reforma da Previdência deve garantir céu de brigadeiro para a economia voar mais alto e atender inúmeras demandas que requerem mais recursos. Agora é hora de o governo e os parlamentares cumprirem essa missão. 

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