O cenário de avanço da pandemia – sobretudo com a demora do processo de vacinação – começa a mostrar que a atividade econômica brasileira terá mais um ano difícil. No final do ano passado, se projetava crescimento aproximado de 3% para o produto interno bruto (PIB) do país em 2021. Mas o Brasil já caminha para um resultado negativo no primeiro trimestre e mais dificuldades virão. Contudo, não adianta manter em atividade toda a economia se a Covid-19 se agravou e leva vidas de todas as idades. É preciso ouvir os conselhos dos cientistas.

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Entre os setores apreensivos com a nova realidade econômica está a agroindústria de aves e suínos de Santa Catarina. Depois de um ano de bons resultados em 2020, com exportações e preços altos na suinocultura e um desempenho mais fraco, embora positivo, na avicultura, o setor enfrenta mais de um obstáculo este ano. O presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), José Antônio Ribas Júnior, observa que, de um lado, a alimentação animal está com preços nas alturas – alta de 61% do milho e 113% da soja em um ano – e, de outro, as vendas no mercado interno, devido à crise do novo coronavírus, estão em queda. No setor, a pressão vem de todos os lados.

Mas a agroindústria não é a única com cenário difícil para o ano. O comércio do Estado está preocupado com impactos da doença – e de um possível lockdown – enquanto os serviços enfrentam uma situação ainda mais difícil, porque são diretamente afetados com o isolamento e restrições de atividades.

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As adversidades na economia resultam do momento da pandemia no Estado, que é muito delicado. Os hospitais estão com filas de espera para vagas de UTIs e arranjando espaço para ampliar enfermarias. Está na hora de seguir os cientistas. Se recomendarem lockdown, é preciso adotar, a exemplo do que fizeram os países da Europa e alguns estados brasileiros, entre os quais o vizinho Paraná. É a ciência que vai nos ajudar a sair dessa crise sanitária com menos perdas de vidas, e a economia a se recuperar com mais rapidez. Tudo isso, claro, apesar do atraso das vacinas.