Os esperados R$ 10 bilhões da terceira fase do Pronampe, Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, foram liberados nesta quarta-feira. A sanção do presidente Jair Bolsonaro veio com a publicação, em edição extra do Diário Oficial da União, da Medida Provisória Nº 1.020 que abre o crédito extraordinário de R$ 10,193 bilhões ao programa. Como os recursos só podem ser liberados este ano, milhares de empresários do país terão que finalizar os contratos nesta quarta-feira porque amanhã, último dia do ano, os bancos não abrem.

Continua depois da publicidade

Crédito fica disponível apenas este mês, ou seja, um dia

O presidente sancionou também a liberação de R$ 4 bilhões relativos a créditos de ICMS de exportações, no âmbito da Lei Kandir, medida que favorece estados e empresas.

A demora para sancionar os recursos ao Pronampe fez com que a maioria dos empresários nem mais esperasse a liberação dos R$ 10 bilhões apesar de o valor ter sido aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados, embora, também, em última hora. A verba vem de outras linhas de crédito empresarial e foi alocada ao Fundo Garantidor de Operações (FGO).

Apesar do prazo de apenas um dia útil, o governo está confiante de que boa parte do montante será liberada. O senador Jorginho Mello (PL-SC), autor do projeto do Pronampe, informou semana passada que a maioria dos empresários interessados já havia encaminhado os pedidos de crédito aos bancos e, com a aprovação dos recursos, as instituições fariam as liberações de forma digital, rapidamente.

Continua depois da publicidade

Entidades empresariais estavam pressionando pela liberação porque muitas empresas com atividades afetadas pela pandemia ainda não conseguiram recursos a custo acessível. A presidente da Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Estado (Fampesc), Rosi Dedekind, afirma que é muito ruim essa liberação de crédito por apenas um dia. Ela culpa o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, por colocar o projeto em votação apenas na última sessão, o que acabou resultando nessa falta de prazo para empresas que geram emprego e renda acessar os recursos. Mesmo assim, a empresária acredita que os pedidos de empréstimos já encaminhados aos bancos podem ser liberados.

Outro que lamenta o prazo de um dia é o empresário Piter Santana, presidente da Ampe Metropolitana, associação que representa as micro e pequenas empresas da Grande Florianópolis. Segundo ele, empresas de eventos e de serviços são as que mais necessitam de recursos atualmente.

A linha estará disponível só por um dia porque integra o orçamento de “guerra” frente à Covid-19. Nas fases anteriores, o Pronampe liberou R$ 32,9 bilhões. É o recurso mais acessível porque sobre o valor incide a taxa Selic de 2% mais 1,25 ao ano, o período de carência é de oito meses e o prazo para pagar é de 36 meses.