Em meio a uma crise gerada principalmente por alta inflação por choque de oferta devido a problemas da Covid-19 e guerra na Ucrânia, o governo federal lançou nesta quinta-feira pacote, denominado Renda e Oportunidade, que poderá liberar mais de R$ 150 bilhões na economia até o fim do ano. As medidas em ano eleitoral incluem a liberação de até R$ 1 mil do FGTS por trabalhador, antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas, ampliação do limite para empréstimo consignado em 40% da renda e microcrédito para pessoas físicas e microempreendedores individuais (MEIs).
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A antecipação do 13º salário já era uma prática comum do setor público nos últimos anos, mas sempre com a metade do benefício em meados do ano e a outra metade no fim do ano. Agora, será tudo antecipado entre abril e junho. A vantagem é que o dinheiro ficará disponível nesta fase em que os combustíveis estão caros e a inflação segue em alta. A desvantagem é que as pessoas não contarão com esse recurso para as festas de fim de ano.
A ampliação do limite de empréstimo consignado de 35% da renda para 40% também de ajudar famílias na crise. Mas é um risco maior para aposentados comprometerem a remuneração que é tão necessária para as despesas do mês.
A liberação de até R$ 1 mil do FGTS, que consiste numa antecipação de consumo de poupança que ficaria para o futuro, desafoga quem está com dívidas. Mesmo assim, não é solução diante do custo de vida altíssimo do momento.
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A linha de microcrédito prevê de R$ 1 mil para pessoas físicas com taxa de juro de 1,95% ao mês e de até R$ 3 mil para microempreendedores individuais (MEIs), com taxa de 1,99% ao mês. Apesar dos baixos valores, é um crédito mais barato e acessível que o do mercado, alivia endividados e ajuda pequenos negócios.
Essas estratégias de colocar mais dinheiro no mercado em tempos de crise já foram adotadas pelo governo anterior e pelo atual e ajudaram a elevar a atividade econômica.
A expectativa é de que isso ocorra também desta vez, mas podem não ser suficiente para melhorar a imagem do presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta elevada rejeição nesse ano eleitoral.
Como mais dinheiro no mercado pode motivar reajustes de preços, o Banco Central manterá os juros básicos elevados, mesmo que a causa principal da inflação seja de oferta e não de demanda.
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