Com o objetivo de acelerar infraestrutura de energia orçada em R$ 223 milhões para indústrias, o governo de Santa Catarina recorreu a benefício fiscal de R$ 174,2 milhões e participação da Celesc de R$ 48,9 milhões. Serão contemplados pelo Plano de Desenvolvimento Energético para a Indústria Catarinense 12 projetos de 11 indústrias que somam investimentos de R$ 1,5 bilhão, geração de 9.560 empregos diretos e indiretos, faturamento de R$ 4,5 bilhões e arrecadação de ICMS de R$ 160 milhões anuais.
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Esse programa é uma nova solução encontrada pela Secretaria de Estado da Fazenda para atender reivindicações antigas de indústrias. O lançamento aconteceu na manhã desta terça-feira (20) na Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) em evento concorrido com a presença do governador Jorginho Mello, o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, presidente da Celesc, Tarcísio Rosa e outras autoridades.
– Eu sempre falei, muitas vezes, da dificuldade de a Tirol ter que jogar leite fora porque talhava, azedava, quando estava batendo para fazer outro produto derivado porque a energia ficava fraca. Eles me procuraram e disseram, depois que fui eleito: governador, estamos cansados de jogar leite fora e o problema é da energia. Por isso eu fico feliz e a Celesc estar fazendo, estar cumprindo mais essa etapa que nós pedimos para dar condições para vocês e todas outras empresas de trabalhar – disse Jorginho Mello.
Numa contratação padrão para instalar infraestrutura de energia, a Celesc entra com 20% e a empresa, 80%. Mas com esse benefício, todo investimento é dividido entre a Celesc e o governo, sem a empresa ter que desembolsar recursos para melhorar a oferta de energia.
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– O governo do Estado vai dar um benefício fiscal, um crédito presumido já aprovado pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) em anos anteriores. Então, vai aumentar o limite de crédito presumido para a Celesc de tal sorte que ela possa fazer os investimentos através de recurso de benefício fiscal em favor da Celesc e a gente consegue contemplar essa lógica – explica Cleverson Siewert, secretário de Estado da Fazenda.
Estão sendo contempladas as indústrias Águas Negras (que investe R$ 41,1 milhões), Metalúrgica Riosulente (R$ 30 milhões), Pamplona Alimentos em Rio do Sul e Presidente Getúlio (R$ 394,4 milhões), Docol (R$ 180 milhões), Ciser (R$ 100 milhões) Tuper (R$ 50 milhões), Cejatel (R$ 79,8 milhões), Bragagnolo (R$ 57,5 milhões), Tirol (R$ 190 milhões), Baterias Pioneiro (R$ 40 milhões) e Chlorum (R$ 200 milhões).
O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, enfatizou que há oito anos a Tirol vinha cobrando uma solução para poder produzir mais em Treze Tílias. Segundo ele, várias indústrias do Estado expandiram fora de SC por não ter esse insumo necessário nos últimos anos.
– É mais um programa de inteligência que vem atender a necessidade de Santa Catarina que é um estado industrializado. Vai ajudar as empresas a fazer mais investimentos e fazer com que o Estado tenha retorno com mais arrecadação – destacou Mario Aguiar.
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Convite aos clientes industriais
O presidente da Celesc, Tarcísio Estefano Rosa aproveitou o evento de hoje para convidar as indústrias para serem clientes da companhia no mercado livre de energia. A empresa, que já atua no segmento com pequena participação, vai abrir uma comercializadora de olho nos clientes do varejo e, reforça o convite para a indústria.
Presidente do conselho da Celesc, o vice-presidente da CNI e ex-presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, falou da importância da série de investimentos que estão sendo feitos pela Celesc nas diversas regiões do Estado. Todas as regiões estão com obras.
A descoberta de uma alternativa para dar incentivo fiscal com base em decisão do Confaz é uma nova cartada do governo catarinense em favor da produção. Questionados pela coluna se o programa vai continuar no ano que vem, integrantes do governo disseram que isso não está decidido ainda.
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