Quando a economia está bem, ela normalmente ajuda candidatos que estão no governo em eventual reeleição. Essa é uma das principais apostas do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, que pretende se candidatar e, por isso aproveita este início de ano para informar bons números de estatais e da macroeconomia estadual. Mas como nem tudo é azul na área econômica, inflação, juros e falta de infraestrutura – a maior parte problemas nacionais – podem prejudicar candidaturas estaduais de outubro, inclusive em SC.
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Na comunicação de fatos e dados positivos da economia, o governo tem informado sobre investimentos milionários na Celesc, Casan, Fapesc e também dados sobre expansão do mercado de trabalho, criação de empresas e investimentos.
A Celesc, maior empresa sob o controle do executivo estadual, informou que fechou 2021 com investimentos de R$ 608 milhões em obras, materiais e equipamentos. Desse montante, R$ 225 milhões foram para instalações de redes elétricas de média e baixa tensão, e R$ 185 milhões em subestações e linhas de transmissão para alta tensão. Além disso, desde 2019 a companhia investiu R$ 280 milhões na distribuição ao setor rural.
A Casan destaca o plano de investimento de R$ 1,7 bilhão com suporte financeiro do governo do Estado para fazer mais de 50 projetos. O maior é o do Rio Chapecozinho, nova captação para a região de Chapecó, orçada em R$ 195 milhões.
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Para atender o marco de saneamento, a empresa busca R$ 2,4 bilhões. E entre os projetos em andamento, os maiores são dois que visam ampliar o tratamento de esgoto em Florianópolis, que somam R$ 340 milhões.
Outra área que o Estado investiu mais em 2021 é a de pesquisa. O total liberado para investimentos pela Fundação de Amparo à Tecnologia e Inovação do Estado (Fapesc) somou R$ 154 milhões, o triplo do valor investido no ano anterior, de 2020. São editais para projetos nos próximos anos, em diversas regiões de SC.
Entre os dados macroeconômicos do ano passado que o governo comemora estão os novos empregos. No período de janeiro a novembro, a economia de SC criou 205,8 mil vagas, o que significou um aumento de 9,72% no estoque total de postos de trabalho. Em números absolutos, foi a terceira maior abertura de vagas do país, só atrás de São Paulo e Minas Gerais.
Outro dado geral que seguiu em alta, apesar da pandemia foi o de abertura de novas empresas. No ano, até novembro, foram criados 132.335 novos CNPJs, segundo a Junta Comercial de SC (Jucesc). Houve um aumento de 21,4% frente ao mesmo período de 2020, quando foram abertas 109.026. Em média, mais de 85% são microempreendedores individuais (MEIs).
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Na lista de boas notícias macroeconômicas o governo cita também a alta estimada do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado em 12 meses, até setembro de 9,8%, frente a crescimento de 3,9% do país. Informa ainda o crescimento de 32% da movimentação portuária até novembro enquanto no país a média ficou em expansão de 5,5%. E, de olho também no futuro, cita investimentos em diversos setores industriais que somam mais de R$ 10 bilhões nos próximos anos.
Esses bons números e o fato novo de o governo estadual ter mais caixa para investir – resultado da postergação da dívida estadual pelo governo federal em 2020, maior arrecadação e redução de gastos públicos – podem ajudar na campanha à reeleição de Moisés, sim.
Mas problemas da economia brasileira como a alta da inflação superior a 10% no ano com destaque para os combustíveis que subiram quase 50%, mais a elevação dos juros básicos para mais de 10% ao ano e energia cara podem inibir o impacto do bom momento da economia de SC na eleição. Isso porque o custo de vida elevado afeta mais bolso e o humor das pessoas do que dados macroeconômicos positivos, como a atividade econômica e o emprego.