Como mudar a gestão de um grupo empresarial consolidado para que seja mais ágil e dê melhores resultados? O conglomerado empresarial gaúcho Randon, fundado em 1949, há 10 anos contabilizava receita líquida de vendas de R$ 2 bilhões por ano e, agora, soma R$ 12 bilhões. Essa aceleração foi alcançada com uma transformação na gestão que incluiu mais pessoas nas decisões, decentralizou e diversificou, com inovação e inspiração nos modelos de startups.

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Essa virada do Grupo Randon, que passou a usar a marca Randoncorp, é um dos destaques do livro “O líder em transformação – Reinvente a liderança e inspire sua equipe”, que acaba de ser lançado pelo vice-presidente executivo da companhia, Daniel Martin Ely, também COO da Rands e colunista MIT Sloan Management Review Brasil.

Veja fotos da palestra e lançamento do livro de Daniel Ely


Na noite de quarta-feira (13) ele fez palestra e autografou o livro em Santa Catarina no evento Liga CBN – a confraria do Norte Catarinense, realizado pela emissora da NSC no Centro Empresarial Parque das Nascentes (Cepan), em Joinville.

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Após liderar indústrias da Randon na Argentina e nos Estados Unidos, Daniel Ely retornou para Caxias do Sul em função da necessidade de cuidados com a filha Sophia, que tinha recém sido diagnosticada com autismo. A trajetória empresarial e pessoal é contada no livro que também virou palestra.

– Quando eu retornei para Caxias, o Daniel Randon (atual presidente da companhia) sabia que precisávamos mudar, mas fez a coisa mais importante que um líder precisa fazer: empoderou as pessoas. E eu fui uma dessas pessoas a ajudar a dizer o que fazer e como fazer essa mudança. Eu não estava preparado para isso, mas fui estudar, fui viver os ecossistemas de inovação. Percorri o Brasil inteiro para ver como funcionavam – destaca Daniel Ely.

Nessa função, o executivo acabou sendo um dos primeiros CTOs do Brasil – sigla inglesa para Chief Transformation Officer. As mudanças na Randon incluíram abrir mais empresas, investir em tecnologia, em startups e em soluções financeiras.

– O grupo tinha oito unidades fabris, hoje tem 32. O número funcionários era 7 mil. Agora são 18 mil. Tinha um banco há 10 anos, mas não tinha uma plataforma de soluções financeiras. Então, o que aconteceu na Randon, para mim é fruto de uma mudança, uma transformação de cultura interna, de mentalidade das lideranças. Muito do que a Randon está colhendo nesses últimos quatro anos, teve sementes plantadas há seis ou sete anos – disse Daniel Ely.

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Questionado sobre mais lições que são importantes nessa transformação e que estão no livro, o executivo destacou a importância de buscar soluções com outras pessoas, outros fornecedores.

– Ao longo desse processo concluí que que ninguém mais faz nada sozinho. Esse é um fator muito forte de mexeu na cultura da Randoncorp. Se tu queres chegar em tempo e forma no mercado com soluções para o teu cliente, tu vais precisar aprender a fazer em conjunto com outras organizações, com startups. Não tente fazer tudo dentro de casa. Se tentar fazer tudo sozinho em casa, tu vais chegar atrasado – alertou Daniel Ely.

A descoberta de que a filha Sophia, com pouco mais de um ano, era portadora de autismo, quando a família estava nos EUA, também foi uma transformação para o casal, que já eram pais de dois meninos.  

Daniel Ely conta que o que mais impactou ele e a esposa Raquel foi receber a visita de seis profissionais de saúde pública da cidade de Alabama para explicar à família como cuidar de uma criança com autismo. Quando retornaram para Caxias, eles criaram o Instituto UniTEA para ajudar outras famílias com casos transtorno do espectro do autismo (TEA).

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Randoncorp em SC

O grupo Randoncorp, de Caxias do Sul, também tem negócios em Santa Catarina. Uma das empresas é a Fremax, de Joinville, produtora de freios, que integra a indústria de autopeças do grupo Fras-le. Em Chapecó, o grupo tem uma unidade Randon Implementos, que produz carrocerias frigoríficas e também o furgão para carga geral.

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