Os elevados e crescentes gastos de brasileiros com apostas esportivas eletrônicas, as chamadas bets, ganharam atenção de entidades empresariais e de governos. O Banco Central do Brasil informou terça-feira 924) que no mês de agosto, as apostas em bets no país somaram R$ 20,8 bilhões e, desse total, R$ 3 bilhões foram gastos feitos por pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família. No mesmo período, as loterias da Caixa receberam apenas R$ 1,9 bilhão.

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A polêmica envolve o fato de as famílias estarem deixando de adquirir produtos e serviços prioritários para o seu dia a dia, inclusive alimentos, para fazer apostas eletrônicas. Essa prática, além de gerar endividamento, pode afetar o crescimento econômico do país diante das elevadas cifras destinadas aos jogos, alertaram lideranças empresariais que se reuniram com o vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, segunda-feira.

Entre as entidades que participaram e entregaram um manifesto de alerta estiveram o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV) e a Confederação Nacional das Associações Comerciais (CACB). Elas alertaram que a adesão a esses jogos está crescendo de forma exponencial junto a população de diversas faixas etárias, mas principalmente entre jovens de menor renda, o que está prejudicando a compra de alimentos.

A interlocução empresarial envolve também outros ministérios, em especial o da Fazenda, e medidas já estão sendo anunciadas para conter esse crescimento acelerado da adesão aos jogos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (25) que será proibido pagar jogo eletrônico com cartão de crédito a partir de outubro e CPFs serão monitorado para avaliar se pessoas estão com dependência desses jogos, o que significa problema de saúde. A propaganda de bets também será disciplinada pelo governo, informou ele.

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A onda de apostas esportivas eletrônicas começou no exterior e se tronou problema em diversos países. Enquanto isso, empresas que atuam no setor argumentam que as bets já contam com lei no Brasil e que as pessoas são livres para gastarem seus recursos financeiros onde quiserem.

Mas o fato é que existe uma facilidade grande de adesão aos jogos porque todo mundo tem celular. Além disso, poucos brasileiros têm conhecimento amplo sobre finanças pessoais.

O temor é que esses jogos causem problemas familiares e distorções no mercado de consumo do país. Estimativas apontam que os gastos anuais com bets no Brasil, em 2024, podem somar de R$ 130 bilhões a mais de R$ 200 bilhões. São cifras que, se forem destinadas ao consumo geral, podem aquecer a economia.

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