Neste mês de agosto, a SCGás, distribuidora de gás natural em Santa Catarina, realizou a ligação número 300 para indústrias no Estado. A empresa contemplada foi a Bovenau, de equipamentos automotivos em Laurentino, Alto Vale do Itajaí. Esse marco à indústria chega num momento de grande otimismo do mercado para o insumo. Isso porque o Congresso Nacional vai votar nos próximos dias, em regime de urgência, o PL 6.407/2013, mais conhecido como Nova Lei do Gás. Ela abre o mercado à concorrência, o que deve levar à redução de preços e favorecer a reindustrialização do país, entre outros impulsos à economia.
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– A nova Nova Lei do Gás tem potencial para reduzir muito o preço do insumo, o que significa competitividade para a indústria – afirma Mario Cezar de Aguiar, presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc).
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Segundo o empresário, a nova lei trará segurança jurídica, o dá tranquilidade para a realização de investimentos. Em vídeo, Aguiar agradeceu aos parlamentares catarinenses que votaram o regime de urgência para a matéria e pediu apoio para a aprovação da mesma agora, nas duas casas. Quem também está animado com as perspectivas abertas com a nova lei é o presidente da Câmara de Energia da Fiesc, Otmar Müller. Para ele, a redução de preços do insumo vai impactar mais positivamente para os setores de cerâmica, vidro e metalomecânica.
O que aumenta a confiança para a redução de preços é que essa abertura de mercado fará com que o Brasil deixe para trás o monopólio da Petrobras e permita que players do mundo todo participem. O país poderá ter até 40 fornecedores.
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Essa concorrência derrubou preços em outros países e se espera que aconteça o mesmo no Brasil. Vai favorecer não só a indústria, mas todos os usuários, incluindo os de GNV, comércio e residências. Terá impacto também na distribuição do gás de cozinha que ficará mais barato e poderá ser vendido fracionado, ou seja, a pessoa poderá comprar gás por peso e não apenas o botijão cheio.
Mas nem tudo é otimismo sobre os impactos da Nova Lei do Gás. A Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) avalia que o impacto positivo não será o que estão prevendo porque falta infraestrutura de distribuição do gás natural. A entidade defende proposta alternativa para que usinas térmicas sejam usadas como âncoras para viabilizar os investimentos.
Em Santa Catarina, o gás natural chegou há 20 anos, após décadas de espera por esse que é um insumo pouco poluente. O primeiro cliente da SCGás foi a indústria têxtil Döhler, de Joinville, em 1999. De lá para cá, a distribuidora conseguiu expressivo avanço nas vendas. Uma novidade recente foi a implantação de gás canalizado em rede isolada na cidade de Lages.

O plano da SCGás é conectar à rede de gás natural mais 100 indústrias até 2024, informa o presidente Willian Anderson Lehmkuhl. Segundo ele, a concessionária, que é pública, tem o compromisso de interiorizar a oferta do insumo. A empresa sofreu com o novo coronavírus, mas neste mês de agosto já está retomando as vendas pré-pandemia. A Nova Lei do Gás vai ajudar a fortalecer a economia do Estado, com mais produção e empregos. Onde o nível de atividade é alto, o impacto de um gás mais barato é maior. A SCGás pode ganhar mais com vendas em maior escala.
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