Neste Dia do Trabalho, vale observar que apesar das dificuldades econômicas, o desemprego registra uma das médias mais baixas no Brasil segundo o IBGE. Outra estatística, a do Caged, do Ministério do Trabalho, mostra crescimento nas vagas formais.  Contudo, chama a atenção a predominância de baixos salários nas contratações. Uma das principais formas de reverter isso é usar maior potencial das pessoas, investindo em melhor formação profissional.

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Segundo o IBGE, o Brasil fechou o primeiro trimestre de 2023 com taxa de desemprego de 8,8%. Em SC, o último dado é do último trimestre de 2022, quando a desocupação ficou em 3,2%. O Caged, de contratações com carteira assinada, mostra que em março Santa Catarina teve saldo positivo no mercado formal de 11.885 vagas, enquanto, no Brasil, foram 195.171 vagas.

Mas chama a atenção o fato de 75,95% dessas contratações no país terem sido com remuneração entre um salário mínimo até um salário mínimo e meio, o equivalente a R$ 1.980. Foram 148 mil trabalhadores com essa remuneração. Em contrapartida, o país fechou mais de 18 mil vagas com salários entre três e mais de 10 mínimos.

Outro dado do Caged que chama a atenção é que desses mais de 195 mil trabalhadores, 160 mil estudaram até o ensino médio completo, o que corresponde a 82% do total.

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Enquanto isso, o IBGE, por meio da pesquisa Pnad Contínua, mostra que o contingente de trabalhadores no mercado informal, sem carteira assinada, tem se mantido em cerca de 40% do total. Ainda segundo o IBGE, considerando todos os trabalhadores, incluindo os sem carteira assinada, média do trabalhador brasileiro no final do ano passado estava em R$ 2.808 reais.

Em SC, a renda média no mesmo período estava em R$ 3.146 reais e a de Florianópolis, capital do Estado, ficou em R$ 4.979 reais. De acordo com esses dados, a renda média de SC estava 12% maior que a nacional em dezembro passado.  

Como melhorar gradativamente essa média de renda, que é inferior a de países desenvolvidos? Esses países têm nos seus setores econômicos, principalmente indústria, serviços e comércio, atividades mais sofisticadas desenvolvidas por pessoas mais qualificadas. Também exportam mais o que produzem, por um valor médio maior.

Para trilhar esse caminho, é preciso qualificar mais os trabalhadores, ter mais pessoas com ensino técnico e superior de alta qualidade. Esses profissionais podem criar produtos e serviços de maior valor e, assim, gerar mais renda e elevar a média.

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Isso significa investir mais no potencial maior das pessoas e buscar resultados com isso. O caminho para isso é educação de qualidade para todos em todas as instâncias. Isso inclui desde a pré-escola, ensino fundamental, ensino médio, superior e o desenvolvimento científico e tecnológico. Como chegar lá? É a reflexão que o Brasil precisa fazer nesse Dia do Trabalho.

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