A economia mundial passa por várias transformações ao mesmo tempo, mas para o economista Marcos Troyjo, presidente do Banco dos Brics, a mudança mais impactante é o crescimento das economias dos maiores países emergentes. Em palestra para o evento Radar Pocket Finanças, promovido pela Escola de Negócios da Fiesc, na tarde desta quinta-feira, ele disse que essas economias emergentes estão deslocando os eixos dos investimentos globais, antes centrados nos ricos.
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Conforme Troyjo, os países do G7, grupo dos sete países ricos, integrado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá e Itália, somam um Produto Interno Bruto (PIB) em paridade de poder de compra de US$ 49 trilhões.
Os países do E7, grupo que reúne as sete maiores economias emergentes – China, Índia, Brasil, Rússia, Indonésia, Turquia e México – somam um PIB em paridade de poder de compra de US$ 60 trilhões, cerca de 20% mais do que o do G7.
– O que isso significa para a economia do nosso país? Em primeiro lugar, já está ocorrendo uma reconfiguração das redes globais de valor. A meu ver, esse é um fenômeno muito mais abrangente do que apenas a ótica de suprimentos. Cria mudanças na oferta, demanda, marketing, pesquisa e desenvolvimento e liquidez internacional, de onde saem as grandes fontes de investimentos para o setor de infraestrutura – explica Troyjo.
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Para dar ideia de como esse crescimento está mudando a dinâmica da economia mundial, o economista cita a relação comercial Brasil-China, que há 20 anos era de US$ 1 bilhão por ano. Hoje, é de US$ 1 bilhão a cada 60 horas. Nos próximos 25 anos, a China vai importar do mundo US$ 25 trilhões.
Como o Brasil é forte em proteínas e outras commodities, também tem países emergentes como principais mercados.
– Hoje, o Brasil exporta mais para a Malásia do que para a Itália, mais para a Tailândia do que para a França e mais para Bangladesh do que para Noruega, Dinamarca, Austrália e Nova Zelândia juntas – observa Troyjo.
Com três painéis compostos por palestras de nomes nacionais, o Radar Pocket Finanças foi um evento para ampliar os conhecimentos de industriais de SC nessa área que impacta as empresas do setor. O evento trouxe informações sobre venture capital para impulsionar empresas, alavancagem e estratégias de financiamentos.
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