A prévia da eleição presidencial da Argentina, domingo, estampou a crise econômica do país, com inflação anualizada acima de 100%. O candidato mais votado foi o não-político Javier Milei, que promete dolarizar o país e fechar o banco central. Dá para estimar que a economia deles poderá piorar, afetar a vinda de turistas para SC e outros negócios com o Estado?
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A eleição será em outubro, falta bastante tempo ainda. Além disso, a candidata Patrícia Bullrich, que ficou em segundo lugar nas prévias, também é de direita. A coluna ouviu duas lideranças sobre o cenário político argentino e eventuais impactos na economia catarinense. A presidente da Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias (Fiesc), Maria Teresa Bustamante, e o presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis, Luciano Pereira Oliveira.
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Para Bustamante, é muito cedo para avaliar porque a eleição só vai ser definida em outubro. Até lá, o candidato Javier Milei terá que passar pelo processo eleitoral que envolve a campanha e eventual vitória. Por enquanto, as manifestações dele são vagas, esporádicas, típicas de quem se mostra radical.
Cautelosa, Bustamante observa que, se ele for eleito efetivamente, encontrará um mundo dos negócios bastante desafiador, com os impacto das mudança do clima, exigência de sustentabilidade, uma União Europeia cada vez mais desafiada pela integração e pela economia e um continente asiático com bastante avanço tecnológico. Isso poderá exigir dele postura diferente.
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O presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da região de Florianópolis (SHRBS), Luciano Pereira Oliveira, está atento ao que acontece na Argentina porque ele teme que um agravamento da crise econômica por lá possa limitar a vinda de turistas para Santa Catarina.
Segundo ele, o visitante argentino sempre foi muito importante para a região de Florianópolis. Na temporada passada, de 2022-2023, foram os argentinos que garantiram resultados positivos para muitos equipamentos hoteleiros da região. Ele observa que alguns hotéis do Norte da Ilha de SC tiveram ocupação de 40% a 60% exclusiva de turistas argentinos.
– Estamos torcendo para que a economia da Argentina melhore e que mais visitantes do país possam vir. Eles são muito importantes para o nosso turismo. Mas estou cauteloso para a próxima temporada. Acho que virão em menor número pela questão econômica – destaca Oliveira.
Na avaliação dele, o fluxo foi maior no verão passado também porque foi o primeiro sem as limitações da pandemia. Muitas famílias ficaram sem viajar na pandemia e, na primeira oportunidade que tiveram, aproveitaram para passar férias fora.
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