Às vésperas do aniversário de 350 anos de Florianópolis, o movimento Floripa Sustentável, que engloba 45 entidades do município, lançou manifesto nesta segunda-feira para cobrar aprovação de mudanças no plano diretor. O evento anual da entidade, no Hotel Faial, contou com a participação do prefeito Topázio Neto, que defendeu as mudanças no plano diretor, mas alertou que esse não é o único desafio de Florianópolis.
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Há um ano à frente da gestão da capital, o prefeito deixou claro que o novo urbanismo pode resolver uma parte dos problemas, mas a cidade tem problemas sociais que precisam ser enfrentados, sendo o principal a pobreza.
– Temos uma Florianópolis que é visível para todos e uma Florianópolis invisível, cheia de problemas que precisam ser enfrentados de peito aberto, à luz do dia, de maneira republicada. Não podemos mais viver numa cidade onde mais de 20 mil famílias vivem abaixo da linha da pobreza, com menos de R$ 200 por mês, por pessoa. Não podemos viver numa cidade onde desses 20 mil, 16 mil vivem com menos de R$ 100 por pessoa. Isso não é digno, não é justo, não combina com o tipo de cidade que estamos construindo – alertou o prefeito.
Entre as medidas já anunciadas por ele estão almoço nas escolas aos sábados e domingos para crianças que não têm alimentação suficiente em casa, abertura da Clínica da Mulher e da Criança dia 28 e instalação de um hospital-dia no antigo Aeroporto Hercílio Luz. A lista inclui ainda escola para 1,2 mil alunos no Rio Vermelho feita em pouco mais de 45 dias e futuro conjunto habitacional com 400 unidades para locação social.
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Plano diretor de Florianópolis: como ele é feito, para que serve e as polêmicas envolvidas
Manifesto pelo plano diretor
Líderes de entidades empresariais que representam 90% Produto Interno Bruto (PIB) de Florianópolis referendaram manifesto do movimento Floripa Sustentável, que foi lido no evento por um dos fundadores da entidade, empresário Roberto Costa. O documento faz críticas à judicialização do trabalho de revisão e defende que a população, por meio de suas lideranças, deve ter o poder de decidir os rumos da cidade.
– Cabe aqui o nosso aplauso ao Poder Judiciário catarinense e ao Ministério Público do Estado de Santa Catarina, que acompanham esse processo atentamente, que têm amor à nossa cidade, e têm respeitado a autonomia da Capital de todos os catarinenses para decidir, por vasta maioria, os seus destinos, impedindo que a judicialização tática e ideológica dessa revisão, mais uma vez, adie o natural desejo da cidade por ter um ordenamento que a conduza para o desenvolvimento inteligente, sustentável e, mais do que isso: mais social e economicamente inclusivo – diz o manifesto.
MPF pede suspensão do Plano Diretor de Florianópolis para analisar impacto ambiental
Gerson Schmitt, que divide a liderança do movimento sustentável com Luiz Gonzaga Coelho e Daniel Leipnitz, disse que a aproximação com quem decide é importante para implantar projetos que desenvolvam a cidade com preservação ambiental.
– Nosso objetivo é provocar essa aproximação para que tenhamos a pauta da cidade sempre próxima das pessoas que podem influenciar as melhores decisões, que possam conduzir a cidade para que a gente tenha uma vida de qualidade com respeito ao social e ao meio ambiente, mas que se desenvolva – afirmou Schmitt.
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Para o presidente da CDL de Florianópolis, Júlio Cesar Geremias, a prioridade da cidade é a aprovação das mudanças no plano diretor para evitar o crescimento urbano irregular. Na opinião dele, a cidade vai crescer de qualquer maneira e a revisão do plano diretor permitirá crescimento sustentável.
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