Com forte setor de tecnologia e qualidade de vida, Florianópolis avança como endereço de empresas financeiras. Já conta diversos escritórios de investimentos e vai ganhar duas corretoras, que são empresas mais avançadas na oferta de serviços na área de finanças. Uma será a EQI Corretora, da empresa EQI Investimentos. A outra será filial de multinacional de Londres, que vai priorizar derivativos cambiais, mas oferecerá os demais serviços de corretoras brasileiras. Ambas aguardam as autorizações do Banco Central para iniciar atividades, o que podem demorar ainda meses.
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O fundador e CEO da EQI, Juliano Custódio, considera a abertura de corretora local um salto qualitativo para a oferta de serviços financeiros em Santa Catarina. A Manchester, de Joinville, que por décadas foi corretora tradicional do Norte do estado, anos atrás foi transformada em escritório de investimentos. Atualmente, SC conta mais com serviços de corretoras que contam com escritórios de investimentos no estado, entre as quais estão as do BTG, XP, Warren e Genial.
– Como corretora, poderemos oferecer serviços mais sofisticados e facilitar o acesso a capital mais acessível para empresas catarinenses. Poderemos lançar Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e debêntures. Hoje, o mercado financeiro está centrado em São Paulo e Rio de Janeiro. Eles não conhecem as empresas do Sul – afirma Custódio.
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Na opinião dele, muitas empresas eficientes e promissoras de Santa Catarina não têm acesso a crédito porque não são conhecidas por corretoras que podem emitir debêntures, por exemplo. A EQI Corretora terá sede no novo escritório da empresa em Florianópolis. Com matriz em Balneário Camboriú, a EQI abriu unidade na Capital onde conta com mais de 100 profissionais e prevê, no médio prazo, mais de 300.
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A corretora europeia que está instalando seu primeiro escritório no Brasil no Centro de Florianópolis vai focar mais atuação com derivativos cambiais, que é sua especialidade. Atuará também com dólar futuro, hedge cambial e outros serviços. Além de clientes brasileiros, que já atende no seu escritório em Portugal, pretende trazer europeus para investir no Brasil, onde serviços financeiros dão mais retorno.
A expectativa é de que todas as autorizações necessárias serão concedidas pelo Banco Central em seis meses, informa o empresário Andres Stocked, que assessora a vinda do investimento. A multinacional, que prefere não revelar o nome ainda até obter autorizações do BC, tem escritórios na Alemanha, Luxemburgo, Portugal e Bulgária. Está abrindo no Brasil e nas Bahamas e conta com clientes de 140 países. Conforme Andres Stocked, o novo escritório terá, inicialmente, uma equipe de 30 pessoas.
Entre os que defendem que Florianópolis se torne um centro de serviços financeiros com atuação no Brasil e exterior está o superintendente de Assuntos Internacionais da prefeitura de Florianópolis, Piter Santana, também coordenador do projeto Floripa Cidade Eficiente. A Capital já conta com uma série de escritórios de investimentos, entre os quais a própria EQI, Somma, Manchester, Par Mais e JB3. Na lista dos que abriram unidade recentemente está o paulista Veedha, que administra em Florianópolis mais de R$ 200 milhões e projeta chegar a R$ 1 bilhão no ano que vem.
Na opinião do consultor Andres Stocked, para ser um polo internacional de finanças e até para avançar no setor de tecnologia, Florianópolis precisa ter mais prédios com padrão AAA, que comportam ampla rede de cabeamento para computação e, também, uma escola internacional para filhos de estrangeiros. Embora a cidade tenha instituições bilíngues, elas não têm padrão de escola internacional.
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