Quando os impactos negativos das péssimas condições de rodovias começaram a pesar na competitividade da economia estadual, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) passou a fazer estudos sobre custos logísticos e a cobrar investimentos. A entidade foi pioneira a exigir, em 2010, a construção do contorno na Grande Florianópolis, previsto no contrato de concessão da Arteris Litoral Sul. Após a inauguração da obra nesta sexta-feira (09), a Fiesc avaliou que a mobilidade vai melhorar na região e celebrou a qualidade da obra de engenharia.
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É justo reconhecer que diante dos problemas crônicos de falta de qualidade do sistema viário catarinense, todas as entidades e instituições privadas e públicas têm cobrado soluções e investimentos. Mas a Fiesc tem sido a mais incisiva, com estudos, para ter os argumentos mais convincentes.
Para a federação industrial, o novo contorno traz alívio a um dos principais corredores logísticos do Brasil, onde passa o transporte de produtos da Região Sul para os demais estados brasileiros. Por ele também passam os produtos movimentados pelos portos e o fluxo turístico.
– Para a sociedade de Santa Catarina, em especial da Grande Florianópolis, a inauguração do contorno traz a expectativa de redução dos congestionamentos. Para o setor produtivo, é um gargalo a menos a ser enfrentado na rodovia, já que a expectativa é de maior fluidez no trânsito para a movimentação de cargas na orientação Norte e Sul e de melhoria da segurança – destacou o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar.
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– Superado este desafio, Santa Catarina precisa enfrentar os demais gargalos logísticos que tem pela frente. E são muitos, não só na BR-101, mas também nas demais rodovias e modais de transporte – alertou o líder da indústria de SC.
A Fiesc destacou em notícia no seu site que nos últimos 15 anos a construção dessa obra motivou, muitos estudos técnicos e muita articulação institucional. A federação fez em 2010 o primeiro estudo sobre a concessão da BR-101 e alertou sobre o contorno que foi incluído no contrato de concessão de 2008. Esse trabalho teve à frente o consultor da Fiesc, engenheiro Ricardo Saporiti.
– O Contorno Viário é um projeto que orgulha os engenheiros de todo o país. Suas obras de arte especiais, como os túneis e viadutos, não deixam nada a desejar em relação às rodovias mais modernas do mundo – avalia Ricardo Saporiti.
Outra liderança da Fiesc que acompanhou e participou dessa luta pela obra do Contorno Viário é o presidente da Câmara de Transporte e Logística da entidade, Egídio Martorano. Segundo ele, agora é preciso preservar as faixas marginais, que fazem divisas com a rodovia.
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– Agora, precisamos seguir vigilantes para evitar que a região do Contorno sofra com o mesmo problema que vemos hoje na BR-101 nos trechos em que ela corta cidades litorâneas, como a Grande Florianópolis, Balneário Camboriú e Itajaí, onde a rodovia se transformou numa via de trânsito local. As cidades afetadas pelo Contorno precisam planejar e agir de forma coordenada para evitar a multiplicação de acessos, garantindo a manutenção do Contorno como uma via expressa – recomenta Martorano.
Apesar de a estrada nova desafogar o trânsito, ele recomenda a adoção de transporte público eficiente, em especial nas regiões metropolitanas. Ele faz esse alerta porque o Contorno vai reduzir os engarrafamentos, mas não será solução definitiva para uma velocidade ideal de tráfego em função do crescente número de veículos de passeio.
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