Neste período em que Santa Catarina vive a maior intensidade da pandemia do novo coronavírus, entidades empresariais voltam a defender tratamento e atendimento precoce para a doença. Na quinta-feira, numa reunião do grupo econômico que conta com representantes do governo, setor privado e poderes para definir estratégias com foco no equilíbrio entre cuidados com a saúde e continuidade de atividades econômicas, o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, voltou a defender o tratamento precoce para o novo coronavírus e foi seguido por outras federações e entidade presentes.
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Vale pontuar que tratamento precoce também pode ser sinônimo de atendimento precoce. Consiste em oferecer ao paciente atendimento médico tão logo comece a ter sintomas de Covid-19 ou tem exame com diagnóstico positivo para a doença e, depois, siga com acompanhamento médico. Está provado cientificamente que não há como se prevenir da covid-19. Quanto ao que alguns definem como tratamento precoce, incluindo oferta de vitaminas e medicamentos, há comprovação de que algumas substâncias causam danos à saúde, como é o caso da ivermectina, cloroquina e hidroxicloroquina.
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Aguiar afirmou que a federação está preocupada com a situação da pandemia no Estado e que a indústria mantém rigorosamente os protocolos preventivos. O industrial falou também que tem participado de videoconferências com autoridades médicas do país sobre tratamento precoce e defendeu a adoção de um protocolo de saúde para evitar ou diminuir os danos do vírus ao paciente. Ele não detalhou o tipo de tratamento que defende.
A sugestão dele foi também defendida na reunião pela Federação das Associações Empresariais (Facisc), Federação das CDLs do Estado (FCDL-SC), Federação da Agricultura e Pecuária (Faesc) e pelo Movimento Floripa Sustentável. Procurado pela coluna nesta sexta-feira, o empresário deu mais detalhes sobre a posição da entidade.
– A Fiesc defende a necessidade de rigoroso atendimento aos protocolos de segurança para evitar a disseminação do vírus, ainda mais agora que a situação se agravou. Ao mesmo tempo, considera que o acompanhamento dos pacientes com Covid-19 deve ser iniciado tão logo surjam os primeiros sintomas, respeitando as particularidades de cada paciente, em decisão a ser tomada entre ele e o médico. São eles, em conjunto, que devem definir a pertinência ou não de adotar medicamentos – afirmou Aguiar.
Na avaliação do presidente da Fiesc, também é importante que haja uma política pública para fortalecer o sistema imunológico das pessoas, tanto do ponto de vista de orientação da população sobre hábitos como atividades físicas e alimentação saudável, quanto do acesso a vitaminas, quando necessário e com orientação médica. Segundo ele, uma das poucas unanimidades com relação a um tema tão complexo como o da Covid é que pessoas com organismo em melhores condições de saúde estarão mais preparadas para reagir a uma eventual infecção.
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– Ao mesmo tempo, é extremamente importante que a vacinação ganhe maior velocidade e, enquanto isso não ocorre, que a população respeite os protocolos de segurança, especialmente evitando aglomerações. O pior cenário seria agravar a crise sanitária com uma piora da crise econômica – alertou Aguiar.
A reunião do grupo econômico tem acontecido desde o ano passado, sempre sugerindo e avaliando medidas para prevenir e tratar casos de Covid-19 sem parar a economia. O presidente da Fiesc tem defendido tratamento e atendimento precoces para Covid-19 em algumas reuniões dessas. Um dos argumentos recentes do setor produtivo é de que as contaminações estão ocorrendo mais em eventos de lazer e em família, do que nas empresas, onde os protocolos são seguidos com maior rigor.
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