Em ofício enviado à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) mostrou preocupação com alteração de regras para operações no Porto de São Francisco do Sul, que estão atrasando atracações de entrega de produtos siderúrgicos. Os problemas estariam agravados em função das condições climáticas.

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A Fiesc argumenta que é preciso manter o atendimento ao setor industrial para que todos os setores econômicos possam desenvolver suas atividades como o planejado. No ofício, a entidade alerta que a priorização de fertilizantes nos desembarques no porto pode levar ao desbalanceamento da operação portuária, afetando negativamente todo o ecossistema econômico.

Impacta os setores que usam matéria-prima metalúrgica como a fabricação de máquinas, materiais elétricos, metalurgia, indústria automotiva, naval de ferramentas e a construção civil.  Conforme a Fiesc, os setores que dependem de insumos importados têm enfrentado dificuldades em SC por problemas climáticos, falta de operação no Porto de Itajaí e altos preços de fretes internacionais.

– A retenção de navios com cargas siderúrgicas provoca distorções tanto para os trabalhadores do Porto quanto para os habitantes de São Francisco do Sul e entorno, visto que muitos estão diretamente conectados e dependentes de empresas que processam e vendem produtos siderúrgicos descarregados a partir do terminal – destacou no ofício o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, que defendeu investimentos relevantes e urgentes no setor portuário.

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A manifestação da Fiesc é uma reação também frente à pressão do setor de fertilizantes, que já tem preferência para atracação no Porto de São Francisco e cobra ainda mais. A diretoria do Porto de São Francisco do Sul divulgou uma nota explicando que a situação está mais difícil devido às condições climáticas. Neste ano, o tempo médio para descarregar um navio de fertilizantes tem demorado 12 dias, mas em julho, em função das chuvas, demorou 17 dias. Em nota, o terminal explica que mantém as regras de desembarque.

– A administração do Porto de São Francisco do Sul reitera seu compromisso com o abastecimento de fertilizantes para os produtores agrícolas catarinenses e brasileiros. Caso comprovado o risco da falta do insumo, é possível alterar a ordem de atracação dos navios. A comprovação de que há risco concreto de desabastecimento de fertilizantes deverá ser efetuada por certidão oficial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, a quem compete executar as políticas públicas referentes ao abastecimento. A recente nota da Conab não indica desabastecimento de fertilizantes – afirmou o Porto em nota.

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