Mesmo com as dificuldades impostas pelos bloqueios de rodovias na semana anterior ao evento – aquela dedicada à montagem – a organização da Fenin Fashion conseguiu realizar a feira que apresenta a coleção inverno 2023. A mostra abriu nesta terça-feira e vai até esta quinta-feira, no Expocentro Balneário Camboriú. O evento é aberto a lojistas que atuam com confecções.

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– Ninguém acreditava que a feira ia sair. Temos um time muito bom. Entramos quinta-feira (dia 03) de manhã para montar os estandes e deixamos a feira pronta segunda. Montamos 8.000 metros de feira em um dia e meio. Com profissionalismo, conseguimos fazer – revela o empresário Julio Viana, diretor da Expovest, realizadora da mostra.

O normal é ter uma semana de dias úteis para montar uma feira que abre ao público na semana seguinte. Mas desta vez não foi possível porque rodovias de SC ficaram trancadas ilegalmente por manifestações contra o resultado das eleições.  

Além dos problemas para a montagem, a mostra está recebendo menos visitantes porque muitos lojistas que viriam de outras regiões do Brasil postergaram a viagem. Tem expositor que chega a falar em mais de 50% de cancelamento de visitas de lojistas que tiveram medo de ficar trancados em aeroportos ou rodovias de SC, por eventuais manifestações contra a eleição.

Essa postergação de viagens, que evita o fechamento de contratos agora, é uma queixa de expositores, conforme apurou a coluna. Esse caso da Fenin é um exemplo de como o fechamento indevido de rodovias afeta a macro e a microeconomia. Sem visitantes, os serviços das cidade faturam menos, gerando um ciclo de perdas incontáveis.

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Esta é a segunda edição da Fenin em Balneário Camboriú e está 60% maior que a primeira, realizada em junho, para apresentar a coleção primavera-verão 2022/2023. Foi a primeira exposição empresarial no novo expocentro de BC.

A Fenin Fashion deste mês conta com cerca de 450 marcas expostas. Quando a empresa não consegue vender na feira, procura as empresas diretamente. Segundo Julio Viana, a expectativa é de vendas elevadas porque os lojistas estão sem estoque de inverno. O que tinham venderam porque fez muito frio este ano.

Desde a pandemia, o setor de moda do Brasil está com desempenho acima do esperado impulsionado pela maior demanda do mercado nacional e, também pela redução de importações, devido ao dólar alto. Santa Catarina, um dos principais polos produtores de moda do Brasil, registra essa maior atividade.

Em 2021, o setor de confecções do Brasil faturou R$ 194 bilhões, 20% mais do que os R$ 161 bilhões de 2020. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit).

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