A abertura do processo de impeachment contra o governador Carlos Moisés e a vice-governadora Daniela Reinehr motivou uma posição clara da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) contra a iniciativa do parlamento. O presidente da entidade, Jony Zulauf, em vídeo divulgado nesta sexta-feira, disse que a “polêmica política é inconveniente” e cobrou da Assembleia a reforma da Previdência (leia a íntegra no final desta página).

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Outras entidades representativas do setor produtivo catarinense se manifestaram sobre o processo de impeachment nos últimos dias, mostrando apreensão com os impactos negativos na economia, mas sem se posicionar contra ou a favor. Elas foram ouvidas pelos colunitas da NSC Claudio Loetz e Pedro Machado.

Uma fonte ligada ao Conselho das Federações Empresariais de SC, o Cofem, me informou que a entidade ainda não falou sobre esse tema em reunião, mas reconheceu que impeachment é uma iniciativa legítima no processo político. Admitiu, no entanto, que gera apreensão, o que afeta a economia.

Onde as entidades estão alinhadas mesmo é na cobrança da reforma da Previdência. Além da manifestação do presidente da Facisc, a Fiesc fez uma cobrança hoje para que seja aprovada uma reforma que efetivamente reduza custo. Dias atrás, foi a vez do movimento Reage SC, que reúne mais de 100 entidades empresariais, emitir uma nota cobrando da Alesc a reforma previdenciária com redução de despesas, sem afrouxamento em regra de transição.

A manifestação do presidente da Facisc a favor do governador Carlos Moisés não surpreende porque a entidade sempre foi a mais próxima do político. Pesou bastante nessa relação o fato de Moisés, quando candidato, mesmo com porcentual baixo de intenção de votos, ter sido convidado para falar das suas propostas na Facisc e ter recebido da entidade a publicação com os pleitos do setor produtivo para o futuro governo.

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Confira a íntegra da declaração do esidente da Facisc, Jonny Zulauf, em vídeo:

“Com o cumprimento a todos, a Facisc deve mais uma vez se manifestar, como já vem fazendo junto com os demais integrantes do Cofem, no sentido de dizer que a polêmica política no Estado de Santa Catarina é absolutamente inconveniente e impertinente.

Nós temos assuntos mais importantes para a Assembleia tratar como, por exemplo, a reforma da Previdência, que está guardada em alguma gaveta. Nós precisamos dar continuidade às ações do executivo e não criar empecilhos para que a infraestrutura e demais demandas do Estado sejam cumpridas. Estamos tirando o foco do desenvolvimento, do crescimento, em favor de algum moivmento político.

Santa Catarina não pode parar. O empresário catarinense quer eficiência, quer resultados. Por isso vamos pedir que o bom senso impere e que esta situação, que paralisa o Estado, que paralisa a função pública de Santa Catarina, seja superada com urgência. É o apelo da Facisc aos parlamentares que são sérios e sabem que a economia é a base de tudo e precisa de um Estado fluindo, não com problemas, nem com polêmicas”.