O Brasil fechou 2023 com aceleração nas exportações de ovos in natura e processados. As vendas em volume alcançaram 25,4 mil toneladas, 168,1% mais do que em 2022, quando somaram 9,5 mil toneladas. Em faturamento, as vendas lá fora cresceram 182% e somaram US$ 63,2 milhões frente a US$ 22,4 milhões do ano anterior, um resultado quase o triplo maior.  

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As informações são da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e foram obtidas junto à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. As empresas brasileiras que mais se destacam nas vendas externas foram a Granja Faria, que tem matriz em Santa Catarina, e a Mantiqueira Brasil, de Minas Gerais.

De acordo com o presidente da ABPA, Ricardo Fantin, o Brasil conquistou esse crescimento graças à sanidade, por ser livre da influenza aviária. Os volumes ainda são pequenos, mas indicam um mercado promissor para o agro brasileiro, que tem se destacado no mundo pela qualidade dos produtos, em especial proteínas.   

O país que mais importou ovos do Brasil foi o Japão. Comprou 10,3 mil toneladas, o que representou acréscimo de 848,5% frente ao ano anterior. Em segundo lugar ficou Taiwan, com compras de 5,3 mil toneladas (sem dados comparativos) e em terceiro o Chile, com 2,8 mil toneladas, um crescimento de 1.302,3%.

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No último mês do ano, dezembro, as vendas de ovos e derivados no exterior chegaram a 974 toneladas, 119% mais frente ao mesmo mês de 2022, quando ficaram em 431 toneladas. O faturamento chegou a US$ 2,5 milhões.

Os estados que mais exportaram foram Minas Gerais (8.968 toneladas), Rio Grande do Sul (6.234), São Paulo (4.351), Mato Grosso (2.766), Mato Grosso do Sul (1.142) e Espírito Santo (740). Santa Catarina embarcou 67 toneladas, com redução de    -3% frente ao ano anterior, quando foram 69 toneladas.

– O expressivo aumento do volume exportado de ovos em 2023, respaldado pela biosseguridade da produção nacional frente à ausência de Influenza Aviária no País, encontrou destino em nações de elevados critérios sanitários, o que destaca a confiança dos países no trabalho executado pelas empresas do Brasil e pelo poder público para a preservação de nosso status sanitário – afirmou Ricardo Santin.

Segundo ele, mesmo com esses avanços, as exportações de ovos do país responderam por apenas 1% do total produzido. Mas ele avalia que é importante para a sustentabilidade da cadeia produtiva, principalmente diante das oscilações de custos.

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Empresa de SC se destaca em exportação

A Granja Faria realiza exportações também a partir de Santa Catarina apesar de embarcar mais por outros estados por ter atuação em diversas regiões do país. Em entrevista para a coluna no mês de setembro do ano passado, o fundador e CEO da empresa, Ricardo Faria, disse que as vendas são para diversos países. O empresário disse que 15% da receita da empresa vinha de exportações.

Os ovos férteis, que têm maior valor agregado, são exportados de avião para Arábia Saudita, Emirados Árabes, Omã, Senegal, Costa do Marfim e México. Ricardo Faria citou um exemplo, o da Alemanha, na fase mais aguda da Influenza Aviária na Europa. Segundo ele, os alemães passaram a importar somente ovos férteis de Santa Catarina, pela reconhecida condição sanitária do Estado.

A Granja Faria também exporta produção comercial, que são ovos frescos resfriados, principalmente para a Ásia. Os produtos passam por resfriamento e são armazenados a 2º C de temperatura. Assim, têm vida útil de 90 dias e podem ser vendidos a mercados distantes.

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