Empresas interessadas em recursos mais acessíveis para fazer investimentos podem acessar capital no exterior, com cálculo de juros simples e carência de no mínimo três anos. Esse será tema de workshop presencial sobre crédito internacional, que será realizado nesta terça-feira, às 19h, na sede da AEmflo e CDL São José, na Grande Florianópolis.
Continua depois da publicidade
Entre na comunidade exclusiva de colunistas do NSC Total
O evento terá como palestrante o empresário Luciano Bravo, CEO da empresa Inteligência Comercial, que tem 25 anos de experiência em projetos empresariais. É uma alternativa para ter acesso a recursos de fundos internacionais da Europa e Estados Unidos, entrando num sistema de crédito mais acessível para investimentos.
Quem organiza o evento é a Aemflo e CDL, em parceria com a RH Business, agente credenciado da empresa Inteligência Comercial /Savel Partners. O CEO da RH Business é o empresário Renato Hinnig, ex-secretário e ex-diretor de Administração Tributária da Secretaria de Estado da Fazenda de SC.
Essa alternativa de crédito internacional está disponível para empresas a partir de porte médio com faturamento anual de R$ 24 milhões. Mas quem está perto desse montante pode participar para conhecer. Inscrições devem ser feitas no site do evento ou na Aemflo.
Continua depois da publicidade

O empresário Luciano Bravo, que vai ministrar o workshop na Grande Florianópolis, explica alguns passos sobre como contratar financiamento internacional. Inclui fazer um cadastro, abrir uma filial no exterior e fazer a operaçõa de acordo com as leis do país. Veja a seguir:
Quais são as diferenças principais entre o crédito empresarial brasileiro e o internacional?
– São dezenas de diferenças, mas eu destacaria três pontos fundamentais. Primeiro é que no crédito internacional as taxas de juros e prazos são 10 vezes melhores do que os brasileiras. No exterior, o juro é de 12% a 6% ao ano com juros simples e, no Brasil, é de 18% a 30% ao ano, com juros compostos.
O segundo ponto é que no Brasil o limite de crédito é 30% do faturamento da sua empresa. Isso significa que você fatura R$ 10 milhões, recebe no máximo R$ 3 milhões, se fatura R$ 500 milhões, empresta até R$ 150 milhões.
Lá fora, você vai de 50% a 500% do total de faturamento da sua empresa. Então você vê que consegue muito mais crédito para turbinar seu crescimento.
Continua depois da publicidade
E em terceiro lugar, tem os prazos. Hoje, no Brasil você tem prazos, na maioria, que vão de seis meses a três anos. Lá fora, os prazos vãos de seis anos a 30 anos.
Como, operacionalmente, é possível conseguir um financiamento internacional?
– Primeiro, a empresa passa por um processo de análise, de toda documentação, e isso gera um relatório (RT Ação) de 12 páginas sobre como está a situação financeira. Esse relatório é entregue em cinco dias. Um banco brasileiro demora de 20 a 40 dias.
Se deu certo a análise, a empresa entra num processo de contratação. Toda a contratação nossa tem uma reserva de capital, ou seja, se você solicitou para a gente US$ 3 milhões, quando a empresa entra está garantido que vai ter acesso a esse valor mínimo.
O processo de reestruturação dura de 60 a 90 dias e tem cinco etapas. A primeira é a constituição de uma “Special pourpouse company” fora do Brasil. O empresário cria uma empresa no exterior para gerir esse dinheiro. Isso porque quando pega o primeiro dinheiro, pode acessar mais 4 mil financiadores da mesma empresa. Então, ela conquista independência.
Continua depois da publicidade
Com o dinheiro numa empresa fora, quem internaliza esse recurso é a empresa. Ela traz para o Brasil quando o dólar está alto e transfere para fora quando o dólar está baixo. Então, é criada a empresa, ela tem aprovação no fundo, tem a entrega de documento da empresa, assinatura do contrato e liberação de dinheiro.
A empresa, com essa operação, se torna importante. Se torna um investidor internacional qualificado. O que os grandes bancos brasileiros fazem? Eles captam dinheiro internacional na NYSE ou na Nasdaq. E mandam através da subsidiária, recursos para o Brasil, com base na lei 4131, que isenta a empresa de qualquer tributo nessa captação.
A empresa pequena vai fazer a mesma coisa. Emprestar recursos e enviar para o Brasil. Aí essa empresa pega o dinheiro em vários países e enviar para investimentos no Brasil.
Que empresas podem fazer empréstimo no exterior?
– Todas as que tiverem crédito internacional e uma mínima regulação financeira poderão fazer. A primeira operação de uma empresa pode ter liberação de US$ 3 milhões a US$ 50 milhões. Taxa de 12% a 8% ao ano, juro simples, com três anos de carência, renovável por igual período financeiro.
Continua depois da publicidade
Somente na primeira operação, a empresa usa imóvel como garantia. Nas demais, usa outras garantias bancárias, mais simples. Taxa de juro é de 8% a 6%. O valor vai de R$ 50 milhões a R$ 300 milhões, com prazo de três a 10 anos de carência e seis a 20 anos para pagar.
Leia também
Catarinense cria mix de óleos para espumas que pode reduzir em 30% volume de lixo no mundo
Grande Florianópolis ganha com o contorno; faltam soluções ao Sul e ao Norte da BR-101
Fiesc foi insistente na cobrança do Contorno; agora celebra a obra de engenharia
Startup Summit tem evento paralelo em Jurerê in, o Investor Week