A holding Eve, subsidiária da Embraer que desenvolve o eVTOL, um carro voador, anunciou nesta quinta-feira a assinatura de carta de intenções com a startup FlyBIS, de Caxias do Sul para explorar, a partir de 2026, serviço de transporte aéreo em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e na América Latina. O acordo prevê a aquisição de até 40 aeronaves que fazem decolagem e pouso vertical, numa nova modalidade de transporte.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
– Por ser um veículo elétrico, espera-se, com o eVTOL, uma redução muito grande de preço (de transporte) em relação ao helicóptero. Estudos apontam que será criado um novo mercado. Não vai substituir o transporte público, mas ele pode ser uma alternativa ao deslocamento de carro onde haja muito congestionamento, em trajetos de até 100 quilômetros mas, normalmente, de 20 a 30 quilômetros. A gente vê o nicho do turismo também, com voos panorâmicos. Mas o foco do veículo é o deslocamento urbano em áreas muito densas – explica o empresário Gustavo Zanettini, CEO e um dos quatro cofundadores da FlyBIS.
Para o co-CEO da Eve, André Stein, essa parceria com a FlyBIS tornará possível a expansão do serviço de transporte de pessoas não só na Região Sul, mas também em outros países da América do Sul. Ele vê potencial de avanço maior desse novo transporte em regiões turísticas de tráfego intenso.
Fundada este ano, a FlyBIS é uma startup que tem como sócios quatro empresários do setor de aviação. Gustavo Zanettini é piloto comercial na Europa. Sempre esteve atento à inovação no setor e viu no eVTOL uma inovação disruptiva para a mobilidade urbana. Dois outros sócios da FlyBIS têm uma empresa de transporte executivo em Caxias do Sul, a Brave Aviação Executiva, que tem na frota um jato executivo Phenom 100, da Embraer, e outras aeronaves.
A Eve Air Mobility também é uma startup. Está listada na bolsa de Nova York (Nyse) e conta com acionistas de todos os continentes. A expectativa é de que, em pouco tempo, já alcance receita bilionária diante das expectativas com esse novo transporte sem emissões.
Zanettini explica que a limitação da FlyBIS à Região Sul e ao Mercosul é porque para outras regiões do Brasil, como para o Sudeste e o Nordeste, a Eve tem outros parceiros. A estratégia da controlada da Embraer será crescer com parcerias. Recentemente, a Eve anunciou acordo com a Volatus Infrastructure para fornecer soluções de automação ao Vertiportos, que serão os “helipontos” do novo transporte.
O eVTOL é um veículo aéreo semelhante ao helicóptero mas movido a eletricidade. Terá capacidade para transportar quatro passageiros, além do piloto. Ainda está em desenvolvimento pela Eve e, para iniciar operações comerciais necessita de diversas homologações. Apesar disso, é visto com bastante confiança como veículo do futuro. Também é líder nesse mercado, contando já com pedidos de 2.770 unidades.
Leia também
Por que a Alesc vai propor reajuste dos salários do governador, vice e secretários
Continua depois da publicidade
CNI estima alta de 3,1% do PIB de 2022 e de 1,6% para 2023