A economia apresenta cenário de volatilidade no Brasil devido às eleições e no exterior em função da guerra, Covid-19 e alta dos juros. Apesar disso, tem muita oportunidade de investimento no país, afirma o estrategista-chefe e Head do Research da XP Investimentos, Fernando Ferreira. Segundo ele, o melhor, agora, é manter carteira diversificada, priorizar o pós-fixado na renda fixa e ações de alguns setores.

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– As taxas de juros no Brasil voltaram para patamares altos, existe muita oportunidade na renda fixa. E a nossa bolsa (a B3), continua muito barata. É uma das mais baratas do mundo. Existe muita oportunidade também na renda variável – avalia Ferreira, que já atuou no exterior e, por vários anos, foi eleito um dos melhores analistas do mundo pela revista Institutional Investor.

Ferreira e o Head de Alocação e Fundos da XP, Rodrigo Sgavioli, fizeram palestra para investidores catarinenses nesta quinta-feira, em Florianópolis, numa iniciativa da Manchester Investimentos, uma parceira da instituição no Sul do país.

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Arthur Severo, sócio da Manchester (E); Clara Sodré, analista da XP; Rodrigo Sgavioli, head de alocação da XP; Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP; e Rodrigo Macarenco, sócio da Manchester, no evento em Florianópolis (Foto: Divulgação)

Para investimentos em renda fixa, Ferreira explica que no momento, a XP prefere recomendar muito mais posições a pós-fixados e títulos ligados à inflação. Segundo ele, títulos NTN-B (no Tesouro Direto) que pagam IPCA+ são uma excelente opção porque trazem uma taxa de juros bem alta, IPCA mais 6% ao ano. Além disso, se o Brasil for para uma linha de gastar mais e a inflação não ceder, esses títulos protegem por pagar IPCA mais juro real.

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– O que a gente ainda tem uma exposição pequena é nos títulos pré-fixados, porque se corre mais risco. Se você compra a uma taxa específica, se a inflação continuar subindo e os juros continuarem subindo, o investidor pode perder oportunidade de taxas mais elevadas. Por isso a gente prefere os pós-fixados, que são os mais seguros, e os títulos atrelados à inflação – afirma o estrategista.

Quanto aos investimentos em ações, o especialista da XP diz que a companhia vê um valor justo para o Ibovespa de 130 mil pontos para o final deste ano. Atualmente, o Ibovespa está em 107 mil pontos.

– A gente prefere os setores de commodities. Vemos esse setor muito atrativo. A gente gosta também de empresas que têm crescimento secular, que depende um pouco menos do macro Brasil, que é mais desafiador. Temos vários exemplos de empresas que conseguem crescer mesmo em ambiente mais desafiador. E em terceiro lugar, a gente vê papeis de muita qualidade, mas que estão muito descontados na bolsa. Dou o exemplo dos shoppings –explica Ferreira.

Ainda sobre os shoppings, o especialista destaca que esse setor sofreu muito durante a pandemia. Hoje, estão atrativos na bolsa porque estão melhorando bastante os resultados por conta da reabertura da economia. Tem empresas apresentando resultados excelentes, mas as ações das mesmas ainda não refletem esse desempenho melhor.

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Um alerta feito por Ferreira é que neste momento de volatilidade grande, não é adequado para o investidor tentar acertar a bola da vez. É melhor ele manter uma carteira diversificada, com bons ativos, porque aí ele vai conseguir surfar melhor nesse ambiente ao invés de ficar tentando acertar em qual ativo ele vai ganhar mais dinheiro no momento. Isso é perigoso, observa ele.