Maior empresa de revestimentos cerâmicos do Brasil, a Portobello, de Tijucas, comemorou 40 anos sexta-feira com a inauguração de fábrica de porcelanatos com tecnologias de ponta, um investimento de R$ 155 milhões que gerou 80 empregos diretos e 120 indiretos. O evento reuniu acionistas e autoridades, entre as quais o governador Carlos Moisés. Em entrevista à coluna, o presidente da companhia, Cesar Gomes Junior, fala do projeto e cenários.

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Como a Portobello chega aos 40 anos?

Chega com muita confiança, cheia de planos,  de desafios e muitas oportunidades pela frente. Confiante de que o Brasil vai melhorar. Nós, claramente, acreditamos que vamos ter um 2020 melhor e também um 2021 melhor. Então, estamos investindo não só para crescer, mas sobretudo dentro da nossa estratégia de inovação, para estar na vanguarda do nosso setor.

O que representa a nova fábrica?

Representa a essência da Portobello: capacidade de inovar e fazer produtos de vanguarda. Lastras de tamanho grande, com avanço tecnológico, é a grande tendência. Nós, como empresa líder, não podíamos deixar de dar esse passo. Temos um grande desafio que é aculturar o mercado para esse tipo de produto. Isso leva um certo tempo. Mas estamos muito otimistas em função da competitividade do produto.

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Ele é fácil de aplicar?

Ele é um produto que tem vantagem sobre os produtos naturais (como mármore), que estão mais escassos, e, portanto, com um custo cada vez mais alto. E muitos produtos naturais não têm características técnicas diferenciadas. O próprio mármore não é um produto resistente. É mole, poroso, difícil de limpar. Enquanto o porcelanato não. É um produto que tem resistência a desgaste, baixa porosidade, fácil limpar e de fácil manutenção é um produto sustentável, com custo competitivo.

Quando o investimento será finalizado?

É um investimento de R$ 155 milhões que estamos fazendo em três etapas. A primeira estamos concluindo agora, a segunda será concluída até o final do ano e a terceira, no início do ano que vem. São três etapas para que a gente possa potencializar toda a concepção do produto. A fábrica tem um crescimento de produção rápido, mas o mercado não.

Esse projeto vai gerar mais empregos diretos além dos 80 na primeira etapa?

Não vamos ter um número maior de empregos na fábrica. O importante é não diminuir porque a tecnologia, a automação e a produtividade vão crescendo de um jeito que a tendência é diminuir. Por isso não devemos ter um número maior.

Como está o projeto da fábrica nos EUA?

É de longo prazo que contempla, sobretudo, o desenvolvimento do mercado. A fábrica você faz rápido, mas a conquista de mercado não ocorre rapidamente. Isso leva algum tempo. Fizemos um investimento num centro de distribuição na Flórida, em outro no Tennessee e faremos mais um em Dalas, no Texas. Estamos, gradativamente, montando nosso sistema de distribuição nos EUA. À medida que tivermos escala suficiente para iniciar a fábrica, vamos fazer a fábrica. Atuamos nos EUA com a marca Portobello e a marca Pointer.

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Como foi 2018 e o primeiro trimestre de 2019 para a empresa?

Os últimos cinco anos foram muito duros para nós. Tivemos resultado positivo, mas com pequeno crescimento. A construção civil brasileira vive uma crise muito grande. Agora, acreditamos que vamos começar a olhar para frente. A tendência é em 2020 a construção civil começar a dar os primeiros passos. Este ano ainda vai ser difícil. O primeiro semestre foi difícil, o segundo semestre deve ser um pouco melhor. A gente sente isso na confiança das pessoas. O brasileiro viveu um momento de empolgação no final do ano passado, com o novo governo de Bolsonaro. Mas depois teve uma certa frustração, o pêndulo foi para um lado. Agora eu acho que está voltando para o meio. Estamos convencidos de que vamos começar a andar para frente, embora não de passos largos.

O senhor acredita que a aprovação da reforma da Previdência vai ajudar na retomada do crescimento?

Vai ajudar e muito. Essa confiança é fundamental para que a economia deslanche. Que as pessoas possam começar a fazer seus investimentos, que a economia possa andar para frente. Acredito que a reforma da Previdência e o ajuste fiscal serão as plataformas para o Brasil deslanchar. Eu fiquei satisfeito hoje porque vi que o governador está empenhado para que a reforma da Previdência seja feita também nos Estados agora. Eu acho extremamente importante essa aprovação. Nunca vai ser uma reforma perfeita, mas acredito que vamos dar um belo passo.

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