Atividade relevante da economia catarinense, o comércio exterior foi um pouco afetado pelas dificuldades econômicas internacionais em 2023. As exportações do Estado alcançaram US$ 11,57 bilhões, com recuo de -3,3% frente a 2022. Uma curiosidade nas vendas externas de SC ano passado é o empate histórico percentual sobre os mercados mais compradores do Estado: Estados Unidos e China. Ambos responderam por 14,6% do faturamento obtido pelas empresas catarinenses lá fora, segundo o portal Siscomex do governo federal.

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Embora a estatística deixe evidente o empate, os números inteiros das receitas bilionárias vindas dos dois países mostram que a liderança ficou com os Estados Unidos. SC vendeu US$ 1.688,7 para o mercado americano e US$ 1.688,1 para o mercado chinês.

— Um aspecto a comemorar é que, pelo terceiro ano consecutivo os Estados Unidos se mantêm como principal destino das exportações de produtos manufaturados, ou seja, da transformação industrial catarinense — comenta o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar.

Para o industrial, a venda maior aos Estados Unidos comprova a elevada competência da indústria catarinense pelo fato de o mercado americano ser o mais competitivo do mundo. Na sequência, pelo ranking total de vendas, vieram a China, Argentina, México, Chile e Japão.

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Quem também celebrou o resultado e comentou o empate estatístico de vendas aos EUA e China foi a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante.

— Os negócios não têm cor, nem bandeira. O fato demonstra que o industrial vem investindo na abertura de mercados, especialmente os sofisticados como o americano. Os esforços institucionais a Fiesc com o Programa Intercomp e outras entidades estão representados nos resultados. As exportações tiveram um desempenho ótimo em 2023 à despeito das dificuldades que são inúmeras — afirma Maitê Bustamante.  

Segundo ela, esse dinamismo dos industriais no comércio exterior resulta de uma série de trabalhos e incentivos, incluindo estudos de inteligência comercial. Ela vê que mais e mais empresas estão incluindo a cultura exportadora nos seus planejamentos estratégicos e adianta que o trabalho da Fiesc este ano vai incluir mais contatos com as câmaras bilaterais de comércio dos países para avançar mais.  

Que produtos se destacaram nas exportações

Três setores econômicos impactaram mais o bom desempenho das exportações catarinenses em 2023: alimentos e bebidas, agropecuária e automotivo. O setor de alimentos e bebidas somou US$ 4,4 bilhões em vendas externas, com crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior.

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A venda de proteínas foi o que mais impactou nos resultados. As exportações de carne de ave foram mais para China, Arábia Saudita e México, enquanto a carne suína foi destaque nas vendas às Filipinas, Chile e Japão.

As maiores receitas com exportações foram obtidas com carne de aves (US$ 1,95 bilhão), carne suína (US$ 1,48 bilhão), soja (US$ 811,9 milhões) motores elétricos (US$ 556,0 milhões) e partes de motores (US$ 553,7 milhões).

Entre os produtos de maior valor agregado, o Observatório Fiesc destacou o crescimento de 10% nas vendas do setor automotivo, que alcançou US$ 880,7 milhões. Foram vendidos insumos para o México, barcos de pesca para o Chile, e barcos de passeio para Estados Unidos e Itália. Com isso, SC alcançou a liderança nacional em vendas externas de barcos.

No mês de dezembro, as vendas externas somaram receita de US$ 940 milhões, com alta de 4,5% frente ao mesmo mês de 2022. O mês de novembro também foi de crescimento.

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O recuo das vendas externas no ano, em receita, resultou de menores compras de grandes mercados como os Estados Unidos e Europa, que estavam com juros altos para conter a inflação. Foram mais afetados madeiras, móveis, equipamentos elétricos, máquinas e equipamentos.

Destaques nas importações

Santa Catarina fechou 2023 com importações de US$ 28,77 bilhões, com recuo de -0.7% frente ao ano anterior. No mês de dezembro, as compras lá fora cresceram 21,1% frente a novembro, indicando um início de recuperação.  

Entre os produtos que se destacaram nas importações estavam eletrodomésticos como refrigeradores, máquinas de lavar roupas e videogames. Segundo o Observatório Fiesc, foram compras mais voltadas ao consumo das famílias. As importações de insumos também foram voltadas ao consumo das famílias brasileiras.  

Outro destaque foi o crescimento de 22,3% das importações da indústria automotiva, que teve menor tributação ano passado. Pelo perfil da economia de SC, de importação de insumos industriais, o maior valor em compras lá fora foi para cobre refinado (US$ 1,04 bilhão), seguido por pneus (US$ 720,3 milhões) e semicondutores (US$ 715,3 milhões).

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A China liderou como mercado vendedor para Santa Catarina, respondendo por 40,7% do total. Em segundo lugar ficaram os Estados Unidos e depois o Chile.

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