Entre as autoridades presentes inauguração do Ágora Tech Hub, a sede do Ágora Tech Park, em Joinville, está o professor e especialista espanhol Josep Piqué, presidente executivo da La Salle Technova Barcelona, uma das incubadoras mais importantes da Europa. Piqué (C), que foi consultor do projeto dos 13 centros de inovação idealizados pelo governo de Santa Catarina, esteve reunido (foto) com o secretário-adjunto de Desenvolvimento Sustentável de SC, Amandio da Silva e depois deu uma entrevista para a equipe de comunicação da pasta.

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Confira a seguir:

Na sua avaliação como deve se tratar a questão da inovação? Deve vir de uma única fonte, ou deve partir do Governo?

Um ecossistema inovador é aquele que combina a capacidade de liderança de um governo, das universidades – como fontes de talento e tecnologia e das empresas (como agentes transformadores das tecnologias em valor econômico). Esta tríplice hélice: universidade, empresas e administração, chamam-se uma quadrúplice hélice com a participação da sociedade que tem que beneficiar-se desta riqueza e deste retorno. Por isso, quando falamos de inovação, temos que falar, não só da ótica urbana, (smart cities), mas, da ótica econômica e também da inovação social. Isto não quer dizer que o Estado tem que prover os serviços, tem que garantir que esta inovação está provendo saúde, educação e demais benefícios para a sociedade. E quando vemos que a inovação urbana, econômica e social e também de governança, para trabalhar de forma junta para o melhor da sociedade.

Como o senhor avalia Santa Catarina, no cenário de tecnologia e inovação, tanto em relação aos demais estados, como em relação a outros países?

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Santa Catarina já há um tempo tem trabalhado o caminho da inovação e tecnologia e atualmente, para mim, é um dos Estados de referência no Brasil, sem nenhuma dúvida, com sua aposta mais clara de política dos Centros de Inovação, de forma inteligente e muito distribuída, em todas as cidades: de Florianópolis a Chapecó, de Jaraguá do Sul a Lages. Isto é importante porque, afinal, articula um Estado distribuído, onde a economia social se multiplica ao longo de todo o Estado. Internacionalmente, podemos dizer que o modelo de inovação de Santa Catarina é referência no mundo. Criou um modelo de Centros de Inovação que não existia em outros lugares do mundo. Criou uma rede de Centros, única, e o grande desafio agora para Santa Catarina é a implementação desses prédios, desses ecossistemas que vão ser cada Centro de Inovação em cada território. Portanto, em cada território tem que haver uma especialização dessa inovação para que ao final tenhamos um estado inovador em todas as capacidades.

Qual nosso desafio agora?

Um desafio mais importante de um líder é que não pode descansar. Líder sempre tem que estar adiante. Porque os outros vão avançando. Portanto, todo o trabalho que foi feito até aqui deve se avançar e o que o governo atual siga atuando nesta mesma direção, apostando na inovação. Uma boa notícia é saber que há uma estratégia de seguir apostando na inovação no Estado.

Quais experiências podem nos inspirar em relação aos outros países que já têm um ecossistema de inovação mais avançado?

Posso falar com muita propriedade do sistema que temos em Barcelona, com um ecossistema inovador muito amplo, com mais de mil startups e especializações, nos setores de tecnologia. Existem também os polos de inovação de Boston, Estados Unidos, onde está o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts); a Universidade Stanford, na Califórnia; além de outros centros onde há uma aposta clara, como o Estado de Israel, com modelos inovadores.  

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