Um dos temas abordados em Santa Catarina pelo engenheiro alemão e especialista em planejamento urbano, Jochen Fricke, esta semana, foi transição energética e o os obstáculos gerados pela guerra na Ucrânia. Ele veio ao Estado para uma palestra em Orleans a convite do Conselho de Desenvolvimento Econômico Local (CMDE) e também esteve na Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc), onde falou sobre desenvolvimento local com o presidente da entidade, Sérgio Rodrigues Alves.

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Questionado sobre a atual situação energética da Alemanha, que sofre com custos altíssimos e escassez em função das restrições na oferta de gás natural devido à guerra na Ucrânia, ele disse que se o país tivesse sabido com antecedência sobre esse problema, teria adotado outra estratégia.

Destacou que em 2012, a Alemanha reduziu os subsídios para as energias verdes e optou pelo gás natural russo com preço competitivo. A solução teria sido mais geração de energia renovável.

– Certamente teríamos intensificado o investimento nas energias renováveis, além de buscar desde o início outros fornecedores de gás. E, possivelmente, o investimento em hidrogênio verde também teria começado mais cedo – disse Jochen Fricke.

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Segundo ele, a Alemanha registrou nas últimas décadas uma transição energética. A última mina de carvão do país fechou em 2018. O emprego na mineração do minério atingiu pico máximo em 1956 e 1957. A partir dos anos de 1960, o setor passou a reduzir atividades. O maior polo carbonífero era a cidade de Essen, no vale do rio Ruhr, que mudou sua economia e, em 2010, foi eleita a capital europeia da cultura.

Segundo Jochen Fricke, a transformação da economia da cidade e da região foi por meio de investimentos em universidades, criação de centros tecnológicos, abertura de empresas comerciais e criação de políticas sociais e econômicas com proposta integrada.

– Foi uma transição que levou décadas, mas Essen é hoje sede de grandes corporações, uma universidade, uma universidade de belas artes, uma universidade globalmente ativa no campo da educação dual (FOM), um grande número de empresas de médio porte com uma clientela mundial, local de feiras, comércio e administração. Hoje, 9 das 100 empresas com maior volume de negócios na Alemanha provêm de Essen. A área do Ruhr, região metropolitana mais populosa da Alemanha e também a maior região industrial da Europa, tem uma das paisagens universitárias mais densas da Alemanha e da Europa (boom de 1962 a 2010). Há também o desenvolvimento e expansão de pesquisas orientadas para empresas – disse o especialista.

Para Jochen Fricke, Essen podem inspirar outras cidades com exemplos como a prática da boa governança, busca do consenso, importância do apoio do governo e uso das forças endógenas para que o desenvolvimento aconteça sem depender do setor público. Ele avalia também que é importante manter a paz.

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