Mais de quatro anos após anunciar plano de descarbonização no país, a multinacional Engie Brasil Energia consegue vender o Complexo Jorge Lacerda, de Capivari de Baixo, Santa Catarina, que tem capacidade para geração de 857 MW. O contrato de venda foi firmado com a Fran Capital, gestora de recursos de São Paulo, e comunicado na noite desta segunda-feira ao mercado. A Engie informou que está recebendo proposta também para a venda da Usina Pampa Sul, unidade carbonífera no Rio Grande do Sul.
Continua depois da publicidade
> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp
Lideranças do Sul catarinense avaliaram como positiva a evolução da negociação para a venda do complexo. Significa a continuidade do setor carbonífero que gera mais de 20 mil empregos e movimenta diversos setores econômicos na região.
No fato relevante, a Engie informou que o negócio envolve a compra da controlada Diamante Geração de Energia, dona do Complexo Jorge Lacerda. Dos R$ 325 milhões acertados, R$ 210 milhões serão pagos quando a operação for concluída. E R$ 115 milhões dependerão do cumprimento de condições previstas no contrato de compra e venda de quotas.
Segundo o presidente da Engie, Eduardo Sattamini, essa venda permitirá uma transição gradual para a economia da região, reduzindo potenciais impactos socioeconômicos quando comparada a um processo de descontinuidade das operações. Essa possibilidade de descontinuar foi admitida pela empresa em função das dificuldades para vender essas térmicas.
Continua depois da publicidade
> Quem são os 7 novos bilionários de SC na lista da Forbes
Isso causou mobilização de lideranças do Estado em fevereiro e até motivou um estudo por parte do governo federal sobre o futuro do carvão mineral no Brasil. Essa decisão foi anunciada em evento na Federação das Indústrias (Fiesc).
Se a intenção era reduzir o uso de carvão no Brasil, a geração de 100% das usinas térmicas frente à crise hídrica vai postergar essa decisão. Esse cenário também colaborou para a decisão da Fran Capital.
Leia também
Excesso de conchas em Balneário Camboriú gera recomendação inusitada da prefeitura