O Instituto Trata Brasil (ITB), que atua na promoção do saneamento básico e proteção de recursos hídricos do país, passa a ser presidido a partir desta segunda-feira pela executiva Luana Siewert Pretto, de Joinville. Ela sucede Edison Carlos, que ficou à frente da organização por 11 anos. Além do trabalho já desenvolvido pela instituição, Luana informa que o plano é fazer um acompanhamento dos investimentos no país em saneamento em função do novo marco regulatório do setor.

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– Considero uma necessidade fazer um acompanhamento do cumprimento das metas do marco legal do saneamento, que prevê 90% de coleta e tratamento de esgoto no país até 2033. Eu penso em fazer um painel para mostrar as regiões que estarão avançando mais rápido e as que evoluirão mais devagar. Acredito que trazer essas informações à população fará com que ela cobre o avanço dos investimentos – afirma a executiva.

Engenheira civil graduada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 36 anos, Luana tem ampla experiência no setor. Foi diretora técnica e presidiu por três anos a Águas de Joinville, empresa de água e saneamento da maior cidade catarinense. Antes, foi diretora da Secretaria do Meio Ambiente do município, engenheira concursada da Casan por dois anos e antes de assumir o ITB era diretora institucional da Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento (Asfamas). Casada e mãe de dois meninos, ela trabalhará em Joinville e pegará a ponte aérea para SP quando necessário.

Fundado e apoiado por mais de 20 organizações relevantes na defesa do saneamento, entre as quais a Associação Brasileira de Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), FGV e SOS Mata Atlântica, o ITB faz pesquisas e estudos sobre o setor. Uma das últimas pesquisas apurou que empresas do setor estão com perdas médias de água tratada de 40% no Brasil.

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– O Trata Brasil trabalha muito com dados, transformando esses dados em conhecimento e fazendo com que esse conhecimento chegue tanto na população, quanto nos atores que precisam entender a importância do saneamento – explica Luana.

Otimista com as metas do novo marco legal do saneamento, a nova presidente do ITB acredita que empresas públicas e privadas vão encontrar soluções para fazer os investimentos necessários até 2033. Ela afirma que o Brasil, atualmente, investe uma média de R$ 15 bilhões por ano em tratamento de água e esgoto. Para atender o novo marco legal, os investimentos médios deverão ser da ordem de R$ 42 bilhões por ano. Segundo ela, os leilões do setor no ano passado, que chegaram a R$ 42 bilhões, indicaram que será possível cumprir as metas.

Sobre a experiência à frente da Águas de Joinville, o que mais chamou a atenção da engenheira foi a dificuldade de parte da população em entender a importância do tratamento de esgoto para o desenvolvimento social e econômico. Ela enfatiza que esgoto tratado significa maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), redução de internações hospitalares e melhor aprendizado das crianças na escola, entre outros benefícios.

A executiva lamentou que para uma parte das pessoas, o serviço de tratamento de esgoto ainda significa uma taxa a mais para pagar por mês e riscos de ter buracos de rua. Para Luana, é necessária atenção especial nas regiões de população de baixa renda, que terão impacto positivo maior com esses serviços. Essas famílias pagam tarifa social.

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