A BNPetro, empresa de Santa Catarina, planeja iniciar a produção de combustíveis sintéticos a partir de lixo até o final de 2022. Ela informa que detém tecnologia inédita no mundo para transformar lixo urbano e outros em petróleo sintético, gás sintético e coque siderúrgico. A invenção é do pesquisador e presidente da BNPetro, Jonny Kurtz, que fez a descoberta em Caçador, mas optou por instalar a sede da empresa em Itajaí, por questões logísticas.
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– Somos a única empresa do mundo que consegue fazer combustíveis sintéticos altamente hidrogenados através de resíduos com a qualidade que nós temos. A gente minera os lixões e aterros sanitários. Pega todo lixo junto, misturado e, sem a necessidade de desidratar, põe dentro de um reator que foi desenvolvido por nós, também único no mundo. Isso que a natureza levou milhões de anos para fazer, nós conseguimos em alguns minutos, nesse reator, transformar resíduos em petróleo sintético, gás sintético e coque siderúrgico – explica Aristides Bertuol Netto, diretor financeiro.
Com reconhecimento dos produtos e registro como Empresa Estratégica de Defesa Nacional (EED), a BNPetro planeja instalar sua primeira unidade processadora em Teresópolis, Rio de Janeiro, onde já tem unidade registrada. O início das atividades está previsto para o final do ano que vem, informa Aristides Netto.
Atualmente, a BNPetro, que também se posiciona como uma startup de óleo e gás, está formando seu conselho consultivo e um dos primeiros integrantes é Eduardo Marson Ferreira, ex-presidente da Airbus Defence. Ele aceitou o convite esta semana.
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A tecnologia exclusiva resultou de mais de 25 anos de pesquisas de Jonny Kurtz. Aristides Netto conta que, com o objetivo de separar o alumínio da embalagem tetrapack ele e outros pesquisadores chegaram à conclusão de que isso só seria possível em nível molecular. Então Kurtz passou a trabalhar com o processo de pirólise e conseguiu um método que separa o alumínio, mas os produtos finais ficaram melhores. O alumínio integra do coque, carvão siderúrgico.
A atividade da startup consiste no craqueamento térmico contínuo que permite aumento de temperatura e pressão, gerando três derivados: gás, petróleo e coque. Isso é feito sem desidratar, com água no processo, por isso os produtos altamente hidrogenados. Segundo o diretor, o modelo de negócio consiste em instalar unidade da empresa junto a lixões.
-Vamos com plantas de 120 toneladas diárias de resíduos a 30 mil toneladas. São quantidades grandes, expressivas, que fazem com que a gente gere um impacto ambiental significativo. Um dos nossos planos é instalar usina junto ao lixão de Gramacho, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro – observa o diretor.
O planejamento da BNPetro prevê unidades em diversos estados brasileiros e também no exterior. Por isso, já abriu uma empresa em Portugal. Os produtos podem ser usados como combustível, geração de energia outras finalidades. O valor de mercado da empresa, estimado por um escritório de Mônaco, é de R$ 600 milhões, que pode dobrar assim que as usinas iniciarem operações.
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