Saber com atencedência quais alunos correm risco de abandonar a escola e quem são as pessoas que poderão desenvolver diabetes em cerca de três anos são informações estratégicas para decisões de gestores públicos. Dados assim e outros são disponibilizados pela Dara, nova inteligencia artificial (IA) desenvolvida pela IPM Sistemas, empresa de tecnologia de SC que fornece soluções para mais de 700 órgãos públicos no Brasil, entre prefeituras e outras instituições.
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A Dara foi apresentada nesta quarta-feira (10) no 38º Congresso Mineiro de Municípios, maior evento estadual de municípios no país, em Belo Horizonte. Além de planejamentos para educação e saúde pública, a tecnologia traz soluções para cidades inteligentes e prevê aplicações também no setor privado.
Segundo a líder de Inteligência Artificial da IPM, Ana Mees, que é graduada em Engenharia Biomédica e Eletrônica pela Duke University, nos Estados Unidos, a Dara foi desenvolvida com apoio de diversos profissionais, como engenheiros, professores e médicos.
Ela explica que é uma IA baseada em machine learning que fornece informações para planejamento visando soluções de problemas. Ela usa mais de 1 milhão de parâmetros, com base em dados disponíveis em um município, cruzando informações em segundos. Não é necessário incluir dados novos. A acertividade supera 95% pelos trabalhos feitos até agora.
– Para prever se um aluno vai evadir ou não da escola, a gente usa uma série de informações, considerando a análise 360º. Isso inclui frequência, notas, a escola em que estuda, se a instituição tem biblioteca, laboratório, a distância da residência até a escola e a atenção dos pais – informa Ana Mees.
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Ela cita algumas estatísticas recentes para mostrar a relevância de se evitar a evasão escolar. Dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) apontam que apenas 46% dos jovens brasileiros mais pobres concluem o ensino básico (ensino fundamental mais o ensino médio). E estudo do Insper para a Fundação Roberto Marinho apurou que o Brasil perde R$ 214 bilhões por ano pelo fato de nem todos os jovens terminarem o ensino básico.
Segundo a engenheira, a opção de fornecer com a Dara o primeiro dado de saúde sobre diabetes é pela relevância dessa doença no Brasil. O número de doentes mais do que triplicou em três décadas nas Américas e o Brasil devera gastar, em 2030, R$ 27 bilhões para tratar desse problema de saúde.
Nosso foco foi em prognóstico. Trabalhei com uma médica, a Mariane. A gente considera alguns exames simples de sangue, exames de rotina, mas usa muitos dados. Esse modelo foi treinado com mais de 1 milhão de parâmetros, com dados de pessoas de diversos muncípios – explica Ana Mees, que é a desenvolvedora da solução.
Segundo ela, essas informações sobre o risco futuro de diabetes ainda não são fornecidas para as prefeituras e outros órgãos públicos clientes da IPM porque a tecnologia aguarda uma aprovação da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), embora não seja uma exigência legal para esse tipo de informação.
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Depois, a empresa planeja oferecer essa ferramenta também para a iniciativa privada de saúde. Para fazer prognóstico, é preciso ter os dados de exemes dos pacientes. A empresa já fornece informações da Dara para sua base de clientes, sem cobrar mais por isso.
A gerente de Tecnologia e Inovação da IPM, Lúcia Mees, também formada em engenharia pela Duke Universitiy, afirma que com as projeções da Dara, o gestor público pode antecipar mudanças necessárias e tomar decisões de investimentos com anos de antecedência para que a população tenha mais qualidade de vida.
Lúcia e Ana são filhas do empresário Aldo Luiz Mees, que fundou a IPM em 1996 em Rio do Sul. Hoje com sede em Florianópolis e unidade na cidde do Vale do Itajaí, a empresa tem 700 colaboradores e impacta mais de 30 milhões de brasileiros com seus softwares ao setor publico. Em 2022, foram mais de 100 milhões de atendimentos aos cidadãos facilitados com as tecnologias da IPM.
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