Diversificar a oferta de produtos está no DNA da Industrial de Bebidas Água da Serra, empresa mais longeva de Braço do Norte, que vai completar oito décadas de atuação em maio. A companhia, que tem como produto principal a clássica Laranjinha Água da Serra, conta com dez sabores de refrigerantes, a maior variedade do Brasil feita por um único fabricante. Ultrapassa inclusive as gigantes multinacionais do setor nesse quesito. Além da Laranjinha, produz os sabores Framboesa, Guaraná, Abacaxi, Laranja, Limão, Soda Limonada, Uva, Cola e Água Tônica.
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Com gestão profissional, a empresa está finalizando ciclo de investimentos de cinco anos, que totalizou R$ 50 milhões. Segundo o CEO da Água da Serra, Eymard Frigotto, um dos focos do investimento de 2022, de R$ 10 milhões, foi a divulgação dos produtos para públicos mais jovens.
Para atender a constante evolução do mercado, com novas demandas, a empresa diversificou fora do grupo de refrigerantes. Lançou linha de chás em sachês e em latas com 30 diferentes sabores, lançou também os sucos marca Laví e a linha de energéticos XP, com cinco sabores.
A indústria, que começou fabricando gasosas (um tipo de refrigerante) e vendendo vinagre, recebeu o nome Água da Serra por utilizar a água de alta qualidade de uma fonte localizada no Rio Glória, na encosta da Serra Geral, em Braço do Norte.
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Esse diferencial continuou quando a fábrica foi transferida para o centro da cidade, onde capta água de poço artesiano, também de alto padrão. Além do uso na produção, há torneiras de acesso público que fornecem a água gratuitamente para a população, que usa como água mineral.
– Somos, hoje, o terceiro share do Estado, atrás somente da Coca-Cola e Ambev. Das empresas regionais, temos a maior fatia do mercado em Santa Catarina e atendemos, também, Curitiba e região metropolitana. Temos uma capacidade instalada para atender 30% da população de Santa Catarina e podemos produzir 120 milhões de litros ao ano – informa Eymard Frigotto, executivo paranaense que é o CEO da empresa desde 2013.
Outra curiosidade é que a empresa Água da Serra é mais antiga do que o próprio município de Braço do Norte, que se emancipou de Tubarão em 1955.
No começo dos anos 1940, Pedro de Oliveira Souza, natural de Grão-Pará, que transportava bebidas e alimentos para os armazéns e comércios da região, começou a fabricar vinagres e a engarrafar os vinhos coloniais feitos por agricultores.
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Em maio de 1943, dois irmãos empreendedores de Tubarão, Ciro Martins, que já trabalhava com bebidas, e José Martins Neto, conhecidos de Souza, tornaram-se sócios da empresa, que mudou o nome para Martins & Oliveira Ltda e foi instalada em antiga cervejaria. Aí, além de vender vinagre, passou a fabricar gasosas com os sabores de guaraná, framboesa e limão.
A produção inicial de 72 caixas de bebidas diárias era distribuída também, com carroças, em cidades próximas como Anitápolis, Pedras Grandes e Armazém.
No início de 1956, a sociedade foi desfeita e Pedro de Oliveira Souza assumiu o controle da empresa até 1965, quando a vendeu para o seu genro, Celso Niehues. Foi esse novo controlador que mudou o nome para Fábrica de Bebidas Água da Serra e segue até hoje como acionista.
Em 1975, Guido Niehues, irmão de Celso, vendeu a transportadora que tinha e ingressou como sócio na empresa. Em 1976 foi construída a nova fábrica, onde está baseada hoje.
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A decisão de profissionalizar a administração veio com a necessidade de expandir os negócios. Pesquisas junto aos clientes apontaram a necessidade de lançar novos produtos, o que motivou novo modelo de gestão. A partir daí foram lançados chás, sucos e energéticos.
– Somos uma empresa de porte médio pequeno, mas estamos prontos, inclusive, para abrir capital (na bolsa), porque a Água da Serra atende todas as prerrogativas necessárias para tanto. Ela está 100% profissionalizada, tem estruturada uma área de compliance muito ativa, tem uma governança corporativa muito forte, é auditada por uma das top five com parecer sem ressalva. Então, estamos prontos para crescer em todos os aspectos – explica Frigotto.
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