Uma das empresas mais admiradas de Santa Catarina, a Condor, de São Bento do Sul, completa 90 anos de atividades nesta segunda-feira. Fundada pelo imigrante alemão Augusto Emílio Klimmek em 1929 fabrica 1,5 mil produtos para beleza, higiene e limpeza. Com gestão profissional, é presidida pelo executivo Alexandre Wiggers, que prevê crescimento de até 8% este ano.

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Como a Condor chega aos 90 anos?

É sempre uma luta para se manter atualizada. A Condor chega aos 90 anos com investimentos, renovação, crescimento e lançamentos de produtos em todas as linhas em que atua. Nós continuamos apostando que 2019 será um ano bom, apesar de a economia não estar no ritmo desejado de crescimento.

Como foi o início das atividades e quais foram as fases mais difíceis?

O fundador da Condor, o imigrante alemão Augusto Klimmek, veio ao Brasil em 1901 e começou trabalhando com fundição. Teve negócios em Joinville e depois em Curitiba. Chegou em São Bento em 1929 para fundar a Condor. Os primeiros itens que a empresa produziu foram escovas de dentes. Acredito que a fase mais difícil foi no início. Imagina uma empresa em São Bento do Sul, com dificuldades logísticas. No ano em que foi fundada aconteceu a grande depressão nos EUA, que afetou a economia internacional. Depois veio a Segunda Guerra Mundial. A família tem orgulho por ter passado por essas turbulências e ter conseguido dar continuidade à trajetória da empresa que hoje está na terceira geração. 

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Quanto a Condor vem investindo e quais são os principais números?

No ano passado investimos R$ 12 milhões em equipamentos, novos produtos e em tecnologia. E neste ano planejamos o mesmo patamar, R$ 11 milhões e R$ 12 milhões. Temos uma equipe de 1,4 mil diretos. Desses, 1,1 mil estão em São Bento e 300 fora, na área comercial. Fabricamos cerca de 15 milhões de produtos por mês, temos cerca de 100 mil pontos de venda no Brasil, exportamos para mais de 30 países.

A Condor fechou no azul até na recessão. Quanto tem crescido?

Projetamos crescer este ano de 7% a 8% sobre a receita bruta do ano passado que alcançou R$ 393 milhões. Nosso maior crescimento, 11%, foi em 2014. Em 2015, apesar da recessão, fechamos com uma pequena alta da receita, em 2016 crescemos bem e 2017 foi nosso melhor ano em todos os aspectos, com um crescimento de quase 10%.

Como estão os lançamentos e inovações?

Como lançamos muitos produtos, é difícil falar sobre o que é inovação, o que é renovação. Mas lançamos novos produtos em todos os nossos negócios. Ano passado foram mais ou menos 50 itens entre escovas de dentes, escovas para cabelos, pincéis e produtos de limpeza. Lançamos também uma linha de panos decorados e vassouras coloridas. Ao todo, fabricamos cerca de 1,5 mil itens, dos quais 1,1 mil são pincéis.

Quais é o principal desafio do setor?

Um grande desafio é integrar a indústria com o varejo. O futuro está no multicanal. É isso que sinalizam as mudanças de hábitos dos consumidores. Temos que estar no supermercado, panificadora, farmácia e posto de combustível.  

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Outros pontos fortes da Condor são o apoio ao esporte e a ações sociais. O que o senhor destaca?

A Condor mantém um time de punhobol, esporte típico da Alemanha. Ela participa de campeonatos estaduais, nacionais e na América Latina com essa equipe. Temos também uma escolinha de futebol que conta hoje com 90 crianças. Além disso, a empresa sempre ajudou outros esportes. Já patrocinou vôlei, handebol e atletismo. Em outras áreas, a empresa apoia instituições como a Femama, federação brasileira que atua na prevenção de câncer de mama e tem parceria com a Abrinq como empresa amiga da criança porque produz itens infantis e licenciados. Além disso, faz distribuição de escovas de dentes em campanhas específicas com as quais faz parceria. Os empregados da empresa também atuam como voluntários em diversos grupos que realizam ações pela saúde e educação em São Bento do Sul.

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